Opinião: Portugal no mapa

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Pelos vistos, 45% dos estudantes portugueses do 2º ciclo do Ensino Básico não terá conseguido, nas provas de aferição de 2017, situar um país no contexto do continente europeu. Um resultado que talvez não fosse especialmente espantoso se, num assomo de perfídia, o redactor da prova se lembrasse de pedir para localizar o Lichtenstein, mas que se torna algo mais preocupante quando se refira que o tal país era Portugal.

Confesso que não consigo compreender a justificação que o Presidente do Instituto de Avaliação Educativa dá para aquele resultado. No dizer da personalidade, trata-se não de “falta de conhecimento”, mas de falta de “capacidade de o aplicar”. Deduzo, portanto, que 45% dos avaliados conseguem localizar o Sudoeste (numa rosa-dos-ventos, imagino) mas não conseguem dizer que Portugal fica no sudoeste europeu. O eduquês é uma linguagem esotérica…

Mais a sério, é manifesto que estamos perante um sintoma de que algo vai mal no domínio da construção (ou da preservação) da nossa identidade colectiva, um valor que não se sobrepõe, mas que deve coabitar com a nossa individualidade. Todos sabemos que o mundo é uma “aldeia global”, que muitos das questões do mundo contemporâneo são transnacionais, etc, etc. Mas a pátria é ainda uma categoria que dá sentido e coesão a uma comunidade. E é pena que um patriotismo saudável seja mote quase abandonado no discurso político dos partidos do centro do nosso sistema político, estando remetido para o PCP e para grupúsculos da extrema-esquerda. Vem aí o 10 de Junho. Viva Portugal!

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