O cirurgião Manuel Antunes reconheceu este sábado que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) está a atravessar um período de crise. Ao intervir na homenagem que lhe foi promovida, e que juntou cerca de 350 pessoas na antiga Igreja do Convento São Francisco, o médico e professor defendeu a necessidade de “educar a sociedade” e, por outro lado, “reinventar o SNS”.
Apesar das medidas restritivas na área da Saúde, Manuel Antunes aproveitou para apelar à concertação de esforços dos ministérios do Ensino Superior e da Saúde, frisando que “é da crise que nascem as oportunidades”. “É na crise que aflora o melhor de cada um”, afirmou.
No seu discurso, o homenageado lembrou o trabalho desenvolvido no Centro de Cirurgia Cardiotorácica (CCT) do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC). Um “legado” – serviço, equipa e edifício construído de raiz – que é, simultaneamente, um contributo para a universidade e hospital conimbricense, e um desafio para o futuro. Apesar disso, lamentou o facto de não ter conseguido fazer tudo o que queria “porque não me deixaram”.
Mesmo assim, Manuel Antunes fez questão de lembrar as “três décadas de dedicação exclusiva a este serviço e hospital”, a média de 70 horas de trabalho por semana, contabilizando mais de 100 mil horas. “Os resultados obtidos conduziram ao reconhecimento deste serviço”, afirmou, explicando que, apesar de ter convites para assumir outros cargos, “sempre pensei que era junto dos meus doentes que as minhas capacidades melhor seriam aplicadas”.