Opinião: Queima das Fitas/Garraiada

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Mais um ano se passou com a festa, eu diria, de todos nós, que envolve de forma especial, os nossos estudantes. O tempo ajudou e, pelo que consegui aperceber-me, os vários eventos decorreram de forma muito satisfatória, e os mais de 90 carros no cortejo dizem bem da adesão, eu diria maciça, da esmagadora maioria da nossa juventude.
As noites no parque foram como sempre inesquecíveis, tendo este ano regressado a tenda do Licor Beirão que trouxe às noites um valor acrescentado.
O Baile de Gala e a Serenata foram também momentos altos que seguramente são únicos no panorama nacional, no que concerne a outras cidades que também festejam as suas Queimas.
Coimbra é por natureza, não só pioneira, mas também única na comunhão entre uma cidade e todos aqueles que aqui estudam, crescem e se fazem adultos, vindo de todo o Portugal.
Houve, no entanto, para mim, uma quebra inexplicável na tradição, que foi a abolição da Garraiada.
Votado por cerca de 4 mil estudantes, que se apresentaram nas urnas em referendo, numa população de cerca de 40 mil, não traduzem, em meu entender, a vontade real da nossa academia.
O que me espanta, também, é como o conselho de veteranos, primeiro não aceitou o sentido do referendo, e depois veio a dar o dito pelo não dito e não autorizou a realização da Garraiada.
Gostaria de refletir convosco sobre esta temática, que me parece mais um golpe da extrema esquerda, que anseia pelo acabar de todas as tradições deste nosso País, e em último caso, com o fim da própria Queima das Fitas.
Começaram por explorar a questão da praxe, que abominam e agora, lenta, mas como sempre porque os fins justificam os meios, acabam com a Garraiada.
Não consigo perceber o que os leva a tomar tal atitude, pois se os que defendem a não realização de touradas, falam no sofrimento provocado aos touros, no caso da Garraiada, brincar com 5 ou 6 garraios não é seguramente uma forma de sofrimento para qualquer animal.
Coimbra e Figueira sempre estiveram ligadas na festa da Queima e este ano o meu caro Amigo e Presidente da Câmara da Figueira, João Athayde, tentou encontrar uma forma de substituição, a todos os títulos louvável, mas que não teve os efeitos desejados.
Sou favorável às touradas e penso que as mesmas são uma forma saudável de por à prova a bravura dos nossos toureiros, quer a cavalo, quer apeados, bem como os forcados, para já não falar no que isso representa para o turismo nacional e o número de empregos criados. Aceito, no entanto, que haja quem não goste, mas esses obviamente não são convidados a assistir, pois ninguém é obrigado a fazê-lo.
Confesso que não sei se a esquerda “caviar” só come hortaliças, esquecendo que mesmo essas, também são impedidas de crescer à sua vontade, e muitas cortadas e colocadas à mesa quando ainda jovens. Espero sinceramente que não procedam à morte prematura de qualquer peixe, marisco, molusco, vaca, ou qualquer outro animal que viva, pois seria uma forma contraditória de encararem a ideia de sacrifício dos touros na arena.
Não estou a brincar quando afirmo que isto da Garraiada não é mais que uma forma de pôr termo em definitivo à festa da Queima das Fitas. É bom não esquecer que logo a seguir à crise de 69, quando a Esquerda radical parecia dominar tudo e todos, a Queima foi pura e simplesmente abolida, demorando anos a voltar a ser realizada, graças ao esforço de alguns, dos quais de forma singela me incluo.
Caros Amigos, não podemos pactuar com este tipo de situações, e por isso, como Homem de esperança apelo a todos os Estudantes, para que revejam a sua posição, e para o ano possamos ter de novo a alegria de acordar na Praia da Claridade e de seguida podermos brincar enfrentando os temíveis e terríveis garraios na Praça de Touros da Figueira da Foz.

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