Contemporaneamente, as alterações de fundo nas zonas históricas e comerciais da Figueira, foram prejudiciais para o comercio local. Não as tornaram mais atractivas, pelo contrário, em termos de mobilidade empurraram as pessoas para a periferia da cidade, que se desabituaram de frequentar esses espaços e, associado à desenfreada localização periférica de superfícies comercias, provocou um movimento centrífugo, deslocalizando-se os fluxos urbanos para a circular externa da cidade que em menos de 800 metros intercala e oferece diferentes espaços comerciais. Desvirtuou-se a centralidade da cidade!
Não quero ser “Velho do Restelo”, mas mexer naquilo que genericamente está bem deixa-me apreensiva! O desagravamento das finanças municipais são resultados tentadores para os autarcas “mostrarem obra”, obra material, visível e palpável, que dá para sussurrar “este fez obra”.
Vejo assim com muito receio (oxalá me engane) o conjunto de intervenções inscritas no Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU). Olho a Av. do Brasil meia entaipada… Penso no traço com que José Jordão a rasgou, dando dignidade à cidade de frente de mar. Lembro Aguiar de Carvalho, prolongou-a em 2 faixas até ao Cabo Mondego, conferiu-lhe estatuto de Av. Marginal mas manteve a coerência e a contiguidade com a Av. Brasil. Mas o muro que a ladeia, já foi trocado por betão na curva da Muralha! Desprezou-se a visibilidade para o mar e a histórica leitura das ameias dos Fortes, Santa Catarina e Muralha de Buarcos! Penso então … o que virá por aí agora?!