Opinião: Porque não progredimos mais

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Muitas vezes me ponho a pensar sobre as razões que fazem com que algumas maravilhas da técnica e da ciência se tornaram interditas ou incessíveis nos últimos anos, fazendo com que eu e o resto da humanidade sejamos condenados à exclusão do progresso. Acontece através de obstáculos à acessibilidade a saberes, bens e serviços que eram tradicionais. Parece que acontece até com medicamentos, impedindo o acesso a remédios que antes curavam a “Hematúria paludosa (que) é frequente nos campos de Coimbra e nos campos do Alentejo, onde tem feito grande número” de vítimas no gado bovino.1 ”. De facto, diz a Wikipédia (https://pt.wikipedia.org/wiki/Hemat%C3%BAria, acesso em 27 de março de 2018 ) que “somente é possível diagnosticar a hematúria microscópica através de análise de urina, em que a amostra é analisada ao microscópio ótico e a quantidade aproximada de células perdidas na urina é estimada.”
Muitos outros aspetos mostram como o disfuncional sistema financeiro global, ao transferir para os contribuintes o custo das suas “travessuras”, se tornou impeditivo do progresso da humanidade em vez de cumprir o seu papel de financiador do progresso tecnológico e científico.
Muitas vezes, como vemos nas cidades e nos campos, o retrocesso civilizacional acontece por a corrupção ou tão-só o mal pensar ter levado os decisores políticos a optar por soluções, em que muitos perdem e só alguns ganham. Acontece agora com a desertificação dos campos e pelo seu consequente desmazelo.
Aconteceu muitas vezes que a nível micro alguns decidiram com base em notícias falsas, inventadas por publicitários que anunciavam paraísos terrenos, que não se concretizaram por serem contra normas técnicas de urbanização ou contaram com autorizações, que só a corrupção viabilizaria.
É o que vemos nalgumas das nossas cidades.
Por outro lado, a história da construção das regras da sanidade dos matadouros de animais mostra-nos como a muitos níveis o progresso teve obstáculos. E só por haver quem queria ganhar mais através das transgressões das regras que os cientistas tinham laboriosamente construído com a sua pesquisa científica.
Acontece com as nossas operadoras de telecomunicações que nos enganam ou degradam deliberadamente alguns dos produtos que anunciam para logo nos prometerem outros. Chegam até o desplante de nos oferecerem velocidades de acesso para que não têm capacidade de fornecer nem pensam investir para o conseguir.
E prometem-nos sempre progresso que nunca nos teremos pois tudo é ilusão e, claro, manipulação minuciosamente pensada.

1 Pinto, José Ferreira de Macedo – Compêndio de Veterinária ou curso completo de Zooiatrica Doméstica,
3ª edição reformada e muito acrescentada,
volume I, Imprensa da Universidade,
Coimbra, 1878, p. 364.

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