Opinião: O que é ser antigo estudante de Coimbra

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1. Este ano foi de vez!
Este ano foi de vez! A AAECAss. dos antigos Estudantes de Coimbra quis comemorar com especial brilho o dia do seu antigo estudante. A Comissão organizadora, durante três meses, não fez praticamente mais nada, focalizada que ficou no objectivo proposto.
Deu um trabalhão dos diabos! Mas valeu a pena, vale sempre a pena quando a alma não é pequena, trabalhar pela Universidade, pela academia, pela cidade, não só à “borliu” mas ainda por cima a pagar, com a satisfação do dever a cumprir, algumas despesas que sempre surgem, para quem se mete nestas coisas!

2. Um Programa excelente que a todos agradou
Para além da missa cantada na capela de S Miguel, seguida dos cumprimentos ao magnifico reitor e da fotografia da praxe, um almoço com matinee dançante no Palácio de S Marcos onde “Romeus” e “Julietas” recordaram velhos Bailes da Queima de boa memoria, ao som do saudoso Shegundo Galarza.
À noite no TAGV um Sarau académico a que há muito tempo não se assistia em Coimbra. Orfeão académico e Coro dos antigos orfeonistas abriram numa actuação partilhada, de grande significado, entre gerações. A Orquestra dos antigos Tunos e a Orquestra de Tangos com jovens dos 18 aos 80 anos, partilhando as suas vocações musicais. A atribuição do Premio de Excelência ao ACM pelos 100 anos de actividade ao serviço da cidade, foi um ponto alto de cidadania. O Momento de Magia pelo incontornável Jorge Condorcet, foi insólito e desconcertante, com ovos a aparecer e a desaparecer nos locais mais improváveis.
A finalizar a desejada Serenata pelo notável Grupo Raízes de Coimbra, de todos bem conhecido. Pelo meio a comemoração da Tomada da Bastilha II, um feito incrível levado a cabo, há 64 anos, pela academia de então, que deu origem à actual Sede da AAC. Um Programa excelente, todos disseram os que tiveram a oportunidade e a felicidade de a ele assistir!

3. Uma situação preocupante à procura de soluções
Apesar da excelência do Programa, a assistência esteve longe de esgotar a sala (ficou a 50%!). Talvez publicidade deficiente, disseram alguns (muitas pessoas disseram mais tarde, que não sabiam de nada!). Talvez cansaço de oferta cultural a mais (disseram outras que muitas vezes reclamam que há oferta a menos), ou talvez ( e esta é a razão mais preocupante) por uma fraca e deficiente identificação com o conceito do que é “ser antigo estudante de Coimbra” (essas disseram de maneira frívola e leviana “isso é só para os cotas”!).
Não se viam pessoas que era suposto, irrefutavelmente, estarem presentes, como: Professores desde o Ensino superior ao secundário, entidades oficiais, políticos, empresários, forças cívicas que tanto reclamam por uma cidade melhor. Não se viam, dum modo geral, jovens estudantes actuais, nem antigos estudantes para aquém da decada de 80.
Não se viam aqueles que esgotam a lotação do TAGV ou do S. Francisco, quando aí vêm um artistas ou bandas que nada têm a ver com afirmação da cidade, no que ela tem de melhor!
Será que estamos a viver um paradigma de sociedade em que a partilha intergeracional de valores que Coimbra nos ensinou; amizade, fraternidade, solidariedade está esquecida?
Estaremos perante uma Coimbra universitária em crise passageira ou no inicio de um caminho sem retorno? Seremos uma geração perdida incapaz de estar à altura dos nossos antecessores na defesa dos seus valores ancestrais? Esta situação preocupante, prejudica a Cidade e a Universidade mais do que aquilo que se pensa. É urgente ser estudada, analisada, dissecada na procura de soluções. Será objecto da nossa próxima Crónica que fechará este tema.

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