Rosa Oliveira vence Prémio Literário Fundação Inês de Castro 2017

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O livro de poesia “Tardio”, da autoria de Rosa Oliveira, editado pela Tinta-da-China, venceu o Prémio Literário Fundação Inês de Castro de 2017, anunciou a organização.

A Fundação Inês de Castro atribuiu ainda o prémio de carreira, Tributo de Consagração, ao ensaísta e crítico literário Eugénio Lisboa, autor de “Crónica dos Anos da Peste” e “O Ilimitável Oceano”, que no ano passado concluiu as suas memórias, com o último volume de “Acta est Fabula”.

O Prémio Literário Fundação Inês de Castro, que vai na 11.ª edição, recaiu sobre a segunda obra da autora de Viseu, professora em Coimbra, depois de escolhida pela maioria do júri, sem decisão unânime.

O júri da edição de 2017 foi constituído pelos professores, escritores e ensaístas José Carlos Seabra Pereira, Mário Cláudio, Isabel Pires de Lima, Pedro Mexia e António Carlos Cortez. A organização informa, em comunicado, que “Cláudio votou em ‘A queda de um homem’, de Luís Osório, e Mexia em ‘Hoje estarás comigo no Paraíso’, de Bruno Vieira Amaral”.

O galardão será entregue numa cerimónia marcada para sábado, no Hotel Quinta das Lágrimas, em Coimbra.

Na sessão, em que Rosa Oliveira receberá um troféu da autoria do escultor João Cutileiro, o livro premiado será apresentado por António Carlos Cortez, enquanto Pedro Mexia orienta uma palestra sobre a obra de Eugénio Lisboa.

Rosa Oliveira sucede a Rui Lage, que, em 2016, venceu o galardão por “Estrada Nacional”, numa lista de premiados que inclui ainda José Tolentino Mendonça, Gonçalo M. Tavares e Mário de Carvalho, entre outros.

Editado em março de 2017, “Tardio” é a segunda coletânea de poemas da autora, nascida em 1958, em Viseu, e inclui ainda várias fotografias da sua infância e juventude.

“A presença das fotografias aqui, além das dedicatórias e homenagens que vão surgindo ao longo dos textos, são uma forma nostálgica de completar os textos. E é também a confirmação deste título, ‘Tardio’. Assumo perfeitamente que é tardio, que fui esta pessoa. Há aqui uma série de poemas que são biográficos. Senti que, para reforçar esta ideia de tardio, ir recuperar imagens do passado seria importante”, explicou a autora, em entrevista ao jornal ‘i’, por altura do lançamento.

Em 2013, a Tinta da China publicou “Cinza”, título de estreia lançado quando a autora tinha 55 anos, e que inaugurou a coleção de poesia da editora.

“Cinza” valeu à escritora o Prémio PEN Clube Primeira Obra, primeiro reconhecimento de uma carreira que conta ainda com poemas editados em várias publicações literárias e antologias, além dos ensaios “Paris 1937” e “Tragédias Sobrepostas: Sobre ‘O Indesejado’ de Jorge de Sena”.

O segundo livro de poesia de Rosa Oliveira está ainda nomeado na categoria de Melhor Livro de Poesia do Prémio Autores, da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA).

“Tardio” compete com dois livros editados pela Língua Morta, “Tão belo como qualquer rapaz”, de Andreia C. Faria, e “Os nomes dos pássaros”, de António Amaral Tavares.

Os vencedores serão conhecidos no próximo dia 20 de março, numa cerimónia em Lisboa.

O ensaísta, investigador e crítico literário Eugénio Lisboa, distinguido com o Tributo de Consagração da Fundação Inês de Castro, terminou, em 2017, a publicação dos sete volumes das suas memórias, com “Acta est Fabula: Epílogo”, uma abordagem da morte e da sobrevivência a que se impôs, depois da publicação de “Diário de Viagens Fora da Minha Terra”.

Nascido em Lourenço Marques, Moçambique, em 1930, especialista em José Régio, é doutor ‘honoris causa’ pela Universidade de Nottingham, no Reino Unido, e pela Universidade de Aveiro, onde lecionou.

Foi conselheiro cultural na embaixada de Portugal em Londres, onde viveu de 1978 a 1995, presidiu a Comissão Nacional da UNESCO, de 1996 a 1998, e é membro da Associação Internacional dos Críticos Literários.

No ramo da literatura, o livro de poesia “A Matéria Intensa” valeu-lhe o Prémio Cidade de Lisboa, em 1985, entre outras distinções recebidas ao longo da carreira. Tem obra ensaística coligida em “Crónica dos Anos da Peste”, “O Ilimitável Oceano” e “Indícios de Ouro”.

Em 2016, foi criado o Prémio Literário Imprensa Nacional – Casa da Moeda/Eugénio Lisboa, para a distinção de autores moçambicanos.

O Prémio Literário Fundação Inês de Castro é um prémio anual cujo objetivo é distinguir obras publicadas sobre motivos do mito inesiano, podendo abranger temas tão amplos como a paixão, a vingança, a tragédia, a razão de Estado ou outros aspetos da representação histórico-cultural portuguesa.

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