Opinião – Do Cabo Mondego à Murtinheira

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A tranquilidade e encantamento das praias de Quiaios e da Murtinheira, que fruem da beleza e proximidade da serra da Boa Viagem, opõem-se ao rebuliço usual das praias da Figueira da Foz, de que estão separadas pelas falésias do Cabo Mondego, que ostentam o galardão de Prego de Ouro. Mas, apesar de estarem tão perto de um notável pólo de desenvolvimento urbano da nossa Região, o acesso àquelas soberbas praias deixa muito a desejar, seja o mesmo feito a partir da EN 109, seja pelo interior da serra, ou pelo caminho rudimentar que existe mesmo junto ao mar.

´PS “chumba” proposta do PSD´, noticiou As Beiras em 21 de março, quanto à não-aceitação da proposta de Vereadores que queriam transformar “…a estrada em terra batida entre o Cabo Mondego e a Murtinheira, numa via rodoviária, pedonal e ciclável”. E diz este Diário que “…os socialistas argumentaram que, para já, não há condições para executar a obra. Se fosse uma recomendação, o executivo camarário aceitá-la-ia, até porque o PS também pretende construir naquele acesso uma estrada panorâmica”. Deverá ter sido um confronto ideológico memorável!

Assim sendo, na praia da claridade, as ideias de alguns políticos andarão sombrias, e as suas visões serão de curto alcance, ao que transparece duma notícia cujo título diz quase tudo! Este jornal noticiou também que “a disputa da propriedade opõe o Estado e a Cimpor nos tribunais”. Mas um executivo municipal diligente aproveitaria o tempo em que decorre esta ação judicial para consolidar soluções técnicas e administrativas, que enquadrem uma obra que há muito tempo devia existir, para servir melhor a população. E para desenvolver estratégias de ação que superem indefinições legais e administrativas decorrentes duma concessão estatal que, apesar de prescrita, prejudica a segurança de pessoas e bens, e obsta a um maior progresso da Figueira.

A argumentação atrás transcrita, que terá reprovado uma proposta que traduz um anseio antigo do povo, não convence! E, para que no futuro a Câmara da Figueira não tenha de vir a assumir responsabilidades por acidentes que possam ocorrer numa via tão insegura, a autarquia deverá interditar já a circulação pedonal, ciclista e rodoviária num troço que, afinal, ainda não será do domínio público, embora os que por lá têm passado pensem que é, por há muito ter expirado a antiga concessão. Mas não bastarão uns sinais de proibição, será preciso colocar barreiras físicas permanentes, para que as falésias do Cabo Mondego não voltem a ser palcos de tristes notícias!

A nação precisa de políticos empenhados em servir os interesses legítimos da população, e que se empenhem ativamente em encontrar convergências entre interesses partidários divergentes! E não de quem esgrime insignificâncias, que só servem para impedir os que vivem por aqui, e os que passam por sítios tão bonitos, a desfrutar, em segurança, das vistas que a parte terminal da serra da Boa Viagem oferece aos inúmeros passeantes que durante todo o ano desafiam perigos, ao transitarem numa via que, de facto, não reúne as mínimas condições de segurança rodoviária.

A vida humana é tão breve, que há quem prefira não desperdiçar tempo a criticar quem governa as nossas autarquias. Mas há também quem entenda que, se aqueles em quem o povo depositou a sua confiança para governarem em proveito de todos, cumprirem os seus deveres perante quem os elegeu, a vida dos povos sairá beneficiada, pelo que insistem em alertar para o que julgam não estar bem. E como nas autarquias os recursos escasseiam sempre, e os vereadores devem pugnar para diminuir assimetrias e eliminar o que põe em causa a segurança de todos, só têm uma coisa a fazer: Entendam-se! E cooperem entre vós, para governarem a bem do povo! É fácil! Basta copiar o que fazem os gestores daquelas empresas que são casos de grande sucesso!

 

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