Opinião: Beria

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A 29 de Março de 1899 nascia, algures pela Abecásia (Geórgia), Lavrenti Beria, uma figura consubstancial ao estalinismo e que ficou para a história com a reputação sinistra de ter sido o dirigente que comandou uma boa parte das purgas levadas a cabo nos anos 30, 40 e início dos 50 na União Soviética.

Há bem pouco tempo, a edição de uma biografia de Lavrenti Beria, da autoria de José Milhazes, vem trazer, para o público português, uma luz adicional sobre o currículo desta figura que, no dizer de Estaline, estaria para ele (Estaline) como Himmler estava para Hitler. Desde o assassinato, no México, de Trotsky, a organização dos Gulag até ao massacre de Katyn (que eliminou uma boa parte da elite da sociedade polaca), Beria terá estado associado a várias das mais cruéis acções do estalinismo, não havendo registo, ao que parece, de ter alguma vez ter esboçado o mais leve assomo de arrependimento. Ao contrário, terá sempre, no declínio, invocado a sua fidelidade à União Soviética e ao regime comunista como fundamento das suas práticas. Uma vez mais, lá nos reencontramos com o tópico da “banalidade do mal” que Hannah Arendt desenvolveu a propósito de uma outra figura do mesmo recorte.

Uma nota final que empresta certa “actualidade” à acção de Beria. Ele terá sido, também, responsável pela organização de um laboratório especializado na produção de venenos, especialmente elaborados para a eliminação de “indesejáveis”…

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