Tradicionalmente, educar significa equipar o educando com “ferramentas” que lhe possam ser úteis num futuro. O nosso sistema de ensino centra-se principalmente em conhecimentos e competências.
Mas, no tempo em que vivemos, devemos perguntar-nos: de que “ferramentas” precisarão os cidadãos de um mundo de que não fazemos ideia? É que a velocidade a que ocorrem as mudanças no mundo faz com que seja quase impossível prever como este será daqui a 10 ou 20 anos. Há domínios que avançam a tal velocidade (nomeadamente os tecnológicos) que existe a forte possibilidade de que conteúdos que são explorados no 1º ano dum curso superior já estejam desatualizados quando o aluno chega ao último ano.
Se pensarmos apenas na dimensão profissional (e a vida é muito mais do que isso), há quem diga que 65% das crianças que agora entram no ensino primário irão exercer uma profissão (das 4 ou 5 que terão ao longo da vida) que ainda não existe hoje.
O sistema educativo formal dá sinais de dificuldade de adaptação a este cenário dinâmico; seja em termos dos conteúdos que aborda, seja nas formas de ensinar (ou, o que seria mais correto, “nas melhores formas de facilitar a aprendizagem”).
A este propósito, vale a pena lembrar o que disse António Guterres no seu discurso durante a Web Summit em Lisboa: “A educação de que precisamos para o futuro é diferente da educação que estamos habituados a discutir. Não se trata de “aprender a como fazer coisas” mas sim de “aprender a aprender”.