Opinião – A saúde do PCP

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Após 3 anos de governo da geringonça apoiada pelo PCP e a dias de completarem a bonita idade de 97 anos, eis que o partido comunista regressa ao discurso do «progressivo desmantelamento do SNS». Se antes o PCP acusava PSD e CDS de cinismo e hipocrisia, agora admite uma situação de ruptura e falta de capacidade de resposta do SNS, “muito visível nas últimas semanas”.

Apesar de ter votado favoravelmente os Orçamentos de Estado da geringonça, o que aconteceu pela primeira vez na sua longa vida, o PCP apercebe-se agora que não existe substituição dos equipamentos pesados, alguns totalmente obsoletos, outros sem funcionar, que não permitem fiabilidade dos resultados.

Também constata que se têm adiado sucessivamente a realização de intervenções absolutamente prioritárias ao nível da requalificação, ampliação de instalações e até construção de novas unidades de saúde. Nesta matéria de investimento público na saúde, apesar do seu voto favorável, é o próprio PCP a informar que a transferência do Orçamento do Estado para o SNS em percentagem do PIB tem vindo a reduzir, atingindo somente o valor de 4,28% do PIB em 2018.

Quanto à capacidade do SNS, os comunistas alertam para a carência de camas, afirmando a sua evidência quando há dezenas de macas pelos corredores dos hospitais, por falta de camas nas enfermarias. E acusa a quase ausência de articulação entre os diferentes níveis de cuidados de saúde, para além da desorganização dos serviços e cuidados de saúde primários não valorizados, o que introduz dificuldades acrescidas no adequado acompanhamento dos utentes e na gestão dos recursos públicos.

Diz-nos o PCP que, com a situação actual do SNS governado pela geringonça, nem se estranha os elevados tempos de espera para consultas, cirurgias, exames e tratamentos, e que isso é uma óbvia dificuldade no acesso aos cuidados de saúde.

Conclui o PCP que vai avançar com um plano de emergência. Em 2015, a geringonça foi vista por este partido como a solução para o adequado financiamento do Serviço Nacional de Saúde, a contratação dos profissionais de saúde, o reforço dos serviços e valências ao nível dos cuidados de saúde primários e dos serviços hospitalares e a garantia da acessibilidade dos utentes aos cuidados de saúde a que têm direito.

As mais recentes notícias são as de um estudo da Universidade Nova de Lisboa que nos diz que 1 em cada 10 portugueses optaram no ano passado por não comprar algum medicamento por falta de dinheiro, e a Comissão Europeia aponta o dedo a Portugal pelos atrasos nos pagamentos neste sector da saúde, que em Janeiro aumentaram 276 milhões de euros em face do mesmo mês do ano passado.

Pelos vistos, o PCP considera que neste momento estamos em situação de emergência. A pergunta, sincera e despida de qualquer cinismo, é: quem nos vai salvar desta vez?

 

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