Há sete anos, alguns adolescentes, porque tinham pintado mensagens consideradas revolucionárias no muro de uma escola em Deraa, no sul da Síria, foram presos e torturados pelas forças de segurança do governo de Bashar al-Assad (sucessor do pai, Hafez), o que motivou enormes protestos, inspirados na “Primavera Árabe”, que à época parecia significar esperança para muitos países árabes, numa altura em que o alto nível de desemprego, a corrupção em larga escala, a falta de liberdade política e a repressão do governo já preocupava muitos sírios.
Em poucas semanas, à medida que a oposição aumentava, o regime intensificou a resposta violenta – Assad prometeu “esmagar o terrorismo apoiado por estrangeiros” e restaurar o controlo do Estado, porém a violência rapidamente aumentou, chegando à capital, Damasco, e à segunda cidade, Aleppo.
Muito mais do que uma batalha entre sunitas e xiitas, entre as milícias curdas e o Daesh (ou ISIS ou Estado Islâmico), entre Assad e os seus opositores, a Síria é hoje palco de uma intensíssima luta geoestratégica na qual estão envolvidos Rússia, Irão, Turquia, Israel, Líbano, EUA…
470 mil mortos depois, lembro o rei Hirão, de Tiro, um sábio artífice, e Hirão-Abi, contemporâneos dos reis Davi e Salomão e tão importantes na construção do Templo, a invenção do alfabeto, a primeira construção de barcos adequados para a navegação em mar aberto, a superior confeção de cerâmicas e de tecidos, a sistematização dos conhecimentos geográficos… e tenho pena que nem sempre a História signifique Valor.