Mais uma vez se confirmou o então dito no livro “Capitalismo – Queda e Renascer do Primeiro e Último Império”, que o processo de independência da maioria dos países africanos foi a maior tragédia da história da humanidade.
Tomando como exemplo a Guiné, este é um país de gente generosa que tem um sentido de gratidão que reconhece quem lhe faz bem. A população aumentou desmesuradamente desde a época em que era a Guiné Portuguesa. Hoje, só Bissau, tem cerca de 600 mil habitantes, o dobro do que tinha quando era colónia portuguesa. Mas enquanto colónia portuguesa tinha tudo!…
Assistência médica capaz… Um médico general coordenador da Medicina em toda a África francesa, disse que, pelo que vira, a Guiné Portuguesa seria o primeiro país a acabar com o paludismo, lepra, doença do sono… – e talvez até a filariose linfática se tivesse prosseguido a aplicação da cura da doença e das deformidades (descoberta então), situação que se agravou desde a independência. O preço pelo comportamento dos portugueses, do nosso império…
Nada melhor que as palavras do Professor Leopold Sengor, em Coimbra, aquando do Doutoramento Honoris Causa do Professor Maurice Muller, para expressar o apresso que existe pelos portugueses: “Eu também sou português porque a minha avó nasceu na Guiné Bissau”.
Mas a ganância do capitalismo de Estado, vulgo comunismo, ao capitalismo dos capitalistas (modelo americano), na luta travada pelo controlo dos recursos do planeta, levou a este caos em que eles se apresentam como inocentes e protectores…
Apelo à Comunidade dos Povos da Língua Portuguesa, que muito propagandeiam, mas pouco fazem, para que, em conjunto, se deixem de politiquices…
Para que nos unamos na língua comum, nos afectos que nos movem, com os poucos ou grandes meios de que possamos dispor… Que se elabore um plano conjunto para dar vida e o exemplo retirando da decadência que desde então aconteceu… Os que mandam poderão dizer “Não fizemos uma revolução para viver pior”, mas esquecem-se do viver dos outros que não beneficiam do poder.
Mas este artigo tem como finalidade agradecer àqueles que, de alguma forma, contribuíram para o êxito da Missão Catimbó. Primeiro, à Clínica de Santa Filomena (SANFIL) que seria seu desejo suportar todas as despesas, mas muito muito doou em material, sem a qual não teria sido possível executar tantas operações. É necessário agradecer também à Idealmed que doou batas, lençóis e pijamas, sem os quais não haveria conforto. Por fim, agradecemos ao Lions Club de Coimbra.
Batemos a muitas portas… Talvez algumas se tenham entreaberto, mas logo se fecharam.
2017 foi determinado pela OMS o ano dedicado à filariose linfática e nós, portugueses, podemos ser os primeiros a dar um passo de gigante para terminar com este problema.
Que a cidade, a universidade e as instituições de saúde abram as portas à Missão Catimbó e colaborem com esta causa, para que comum na alegria do sucesso que se poderá vir a concretizar.