A Administração dos CTT prepara o encerramento da estação de Correios da Praça da República. O PCP denunciou! Em nota à comunicação social, a Comissão Concelhia de Coimbra do PCP recorda o processo que já conduziu ao encerramento de vários postos e estações dos Correios no Concelho, à semelhança do que acontece um pouco por todo o País.
Em Coimbra, já encerraram as estações do Mercado D. Pedro V, de Santa Clara, da Universidade, de Taveiro, de Ceira, dos HUC, de Cernache, de Celas e de Souselas. Agora, estar-se-á a preparar o fecho da estação da Praça da República!
O serviço postal em Portugal tem mais de 500 anos. O mundo mudou e não está em causa a modernização deste sector. Mas a privatização dos CTT está a destruir um serviço público fundamental.
Aliás, é o próprio CEO da empresa, Francisco de Lacerda, que o diz em mensagem que pode ser lida na página electrónica dos CTT: “O Banco CTT foi a nossa grande aposta em 2016: já abrimos 202 lojas e temos uma oferta simples mas completa de produtos financeiros para particulares.” Essa é a prioridade. Segundo a comunicação social, mesmo quanto à prioridade, a área financeira, são muitas as queixas dos clientes.
De facto, a privatização teve efeitos nefastos para o serviço postal:
Degradação do serviço postal e destruição do seu carácter universal. Encerramento de postos e estações, dificultando o acesso aos serviços, afectando os mais desfavorecidos.
Distribuição não diária de correspondência a todos os domicílios. Aumento das tarifas, aplicação do princípio de “quem quer correios, paga-os”, ou seja, comprometendo o direito de todos os cidadãos pagarem o mesmo preço pelos serviços, independentemente da região de residência, direito essencial e factor de coesão nacional. Perda de receitas pelo Estado, sendo os lucros transferidos para o grande capital nacional e estrangeiro.
A privatização foi também nefasta para os trabalhadores, com a destruição de postos de trabalho, a redução do valor dos salários, o aumento da precariedade laboral, do trabalho à peça e sem direitos.
Já o CEO dos CTT está feliz! “Em matéria de diversidade, o peso do género feminino no Conselho de Administração subiu para 25%. Renovámos a adesão ao IGEN – Fórum Empresas para a Igualdade, assumindo compromissos em matéria de igualdade, não discriminação, parentalidade e outros”, acrescenta na sua mensagem!
E mais refere ainda: “Apoiámos iniciativas sociais e ambientais no valor de 1,2 milhões de euros e mobilizámos mais de 160 voluntários e familiares em acções de voluntariado ambiental e social.”
Pois, mas em vez de bancos, de mais senhoras administradoras e de voluntários, familiares de voluntários e caridade, de tanta generosidade, os portugueses querem, consideram prioritários, serviços públicos de qualidade!
Os Correios da Praça fazem falta aos moradores, aos estudantes e aos diversos agentes económicos desta zona central de Coimbra. Não podem os conimbricenses aceitar que encerre mais esta estação de correios.
Os Correios têm de estar ao serviço de todos, pois são um serviço público fundamental às populações, à economia nacional, ao desenvolvimento regional e à coesão territorial, logo têm que ser públicos sendo de toda a importância a sua localização próxima da população! O que é público é de todos, o que é privado é só de alguns!