Há duas datas na vida da família do João Pedro que ninguém vai esquecer: 15 de outubro de 2017 e 3 de fevereiro de 2018.
A primeira deixou um rasto de destruição na sua aldeia, Barril do Alva, e num conjunto de outras localidades de concelhos do distrito de Coimbra.
O fogo que ceifou vidas, deixou marcas irreparáveis e que fez com que ali nunca mais nada seja igual, deu a conhecer um menino de sete anos: o João Pedro viu as chamas a chegar a sua casa e na hora de deixar tudo para trás e salvar-se não abdicou de garantir que o seu avô também seria salvo.
As chamas devoraram tudo. A única coisa que se salvou foi a casa, embora as portas e janelas tenham ficado queimadas e derretidas.
O carro, a mota, um atrelado, várias colmeias, um pequeno lagar onde fazia o vinho caseiro, ficou tudo destruído.
Ficaram as vidas de cada um e uma prova de amor de um neto por um avô que ninguém consegue esquecer ou ficar indiferente. Todo o terreno em volta da casa estava a ser dizimado pelas chamas e não havia outra solução senão sair dali.
O João Pedro só saía levando o avô, caso contrário preferia morrer com ele.
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