A um requerimento de deputados socialistas em 6.01.2016, o Ministério da Defesa afirmava estar disponível para colaborar em iniciativas com vista à utilização de Monte Real por aeronaves civis, chamando no entanto a atenção para quatro áreas fulcrais que limitam a operação na base aérea nº 5, nomeadamente: limitações físicas; limitações ao serviço de assistência e socorro; falta de infraestruturas; falta de equipamento e pessoal; e inexistência de armazenamento de combustível.
Quanto ao primeiro problema, o Ministério da Defesa refere que, “as dimensões dos caminhos de rolagem e placas de estacionamento e as características dos pavimentos da pista, caminhos de rolagem e placas impõem restrições à utilização da maioria das aeronaves civis de médio e grande porte”.
Quanto ao serviço de assistência e socorro, o MD adianta que “ tem limitações face às necessidades estabelecidas pela International Civil Aviation Organization para aeronaves de médio/grande porte ou aeronaves de transporte de passageiros.
Acrescenta que, “ não estão criadas as infraestruturas, nem existe equipamento nem pessoal necessário e qualificado para o handling das aeronaves civis”.
E por fim refere, “ não existe um armazenamento de combustível (infraestruturas e viaturas) e pessoal qualificado, com capacidade para apoiar uma operação normal de aeronaves civis.
O Ministério da Defesa Nacional entre outras exigências e sugestões recorda que as primeiras diligências para promover a utilização regular desta base aérea pela aviação civil datam de 1997.
Santana Lopes, em texto publicado sobre o aeroporto de Monte Real refere:
“Agora que se discute a extensão do aeroporto de Lisboa e que está prevista a criação do aeroporto do Montijo, talvez seja altura de retomar uma ideia que há muito defendo, que procurei afirmar quando exercia as funções de Primeiro-ministro, mas que, até hoje, não “pegou”…é muito difícil perceber como é que não há adesão a esta ideia… na verdade, não é só desde que a ANA foi privatizada que a ideia de Monte Real “não pega”, já assim acontecia antes…”.
Entretanto, fala-se de uma escola de pilotagem de F16, mais um complicador ou não no horizonte.
Estamos em 2018 e há mais de 20 anos que falamos na possibilidade da abertura do aeroporto militar de Monte Real ao tráfego civil. Autarcas, ex-Primeiro-Ministros, Deputados, ex- Governadores Civis, Associações Empresariais e empresários, têm-se movimentado, mas até hoje nada, objectivamente zero.
A zona centro precisa de um aeroporto e a pior forma da sua abordagem é exacerbarmos bairrismos. Já passaram vinte anos e se não forem tomadas decisões, daqui a mais vinte, outros continuaram o estéril debate.
Manuel Machado teve a coragem de colocar de novo em cima da mesa a necessidade de um aeroporto, assumiu a reconversão do aeródromo de Cernache, disponibilizou-se a envolver recursos financeiros significativos da Câmara. Nesta iniciativa só o poderemos apoiar. Executem-se os estudos de viabilidade económica e financeira, estime-se o montante de investimento e se for viável execute-se o projecto.
Faz sentido um aeroporto internacional municipal em Coimbra, que dista cerca de 45 Km da Figueira da Foz, cerca de 70 Km de Leiria e a 60 Km de Aveiro e de Viseu 85 Km. Uma área de influência como esta garantirá com toda a certeza uma utilização anual de mais de 1,2 milhões de utilizadores.