Nasceu nos Estados Unidos, em 1950. É um dos fotógrafos mais famosos em todo o mundo. Fotojornalista inúmeras vezes premiado, iniciou a sua carreira cobrindo a invasão soviética do Afeganistão, tendo estado igualmente presente noutros conflitos, como na guerra entre o Irão e o Iraque e na guerra do Golfo.
Publicou as suas fotografias nas mais variadas revistas. As suas exposições circulam pelo mundo. Tem publicados mais de uma dúzia de livros, incluindo alguns álbuns de grande formato e beleza. As suas fotografias de viagem constituem referências mundiais, sendo o elemento humano uma das suas prioridades. Uma criança é igual em qualquer parte do mundo, tal como uma família, uma tragédia, uma guerra, a sobrevivência, a procura da felicidade e do amor. O ser humano é só um, apesar das diferenças culturais e históricas. O planeta é vasto e complexo, pleno de especificidades, mas o objetivo dos seus 7 mil milhões de habitantes é o mesmo, viver em paz e harmonia, com qualidade de vida.
Steve McCurry ficou ainda mais famoso quando publicou a fotografia da rapariga afegã, o seu ícone absoluto, Sharbat Gula, capa da revista National Geographic, fotografada na escola de um campo de refugiados afegãos, em Peshawar, em 1984. Quase 20 anos mais tarde, em 2002, McCurry volta a encontrar e a fotografar Sharbat Gula, no Afeganistão, agora uma mulher casada e com filhos. Nova capa da National Geographic, novo sucesso mundial. Desta vez já não tem os olhos de uma menina assustada mas uns olhos cansados e envelhecidos, resignados. Graças a numerosos donativos, Sharbat receberia uma casa nova e meios para educar os seus filhos.
Dos muitos prémios que já recebeu, poderemos destacar quatro primeiros lugares no conceituado concurso World Press Photo, a medalha de ouro Robert Capa e o National Press Photographers Award.
Entre os dias 14 de outubro e 31 de dezembro de 2017, esteve à disposição dos portugueses uma monumental exposição de Steve McCurry, no edifício da Alfândega do Porto, mesmo ao lado do rio Douro. Numa ampla sala, escurecida, com áurea de mistério, entre luzes e sombras, pairam dezenas de fotografias de grandes dimensões, captadas durante décadas por Steve McCurry, penduradas no teto ou envolvendo as paredes. Exposição com a curadoria da italiana Biba Giacchetti. Depois de Milão, Roma, Perugia, Génova e Bruxelas, a mostra fotográfica “The World of Steve McCurry”, chegou ao Porto e a Portugal.
Silêncio e admiração. Algumas pessoas caminham neste espaço, num exercício contemplativo, filosófico, geográfico, humano. Numa viagem interior a diversas partes deste mundo. Multiplicidade de imagens, de pessoas, inseridas em realidades tão diversas, tão profundas, tão humanas. Muitas fotografias captadas na Índia, esse universo da imagem. Myanmar e o budismo, serenidade, espiritualidade. Angkor Wat, Cambodja ancestral, numa fusão de hinduísmo e budismo. Terramoto no Japão e “terramoto” das Torres Gémeas em Nova Iorque. Tibete e Afeganistão. Mali, Etiópia, Tailândia, Sri Lanka, Kuwait, Yémen, Líbano. Há mais mundo para além dos negócios obscenos da venda de armas e do enriquecimento à custa de tragédias alheias e longínquas.
Mosteiro de Shaolin, na China. O treino das artes marciais, treino da mente, do espírito e do corpo. Viajar e fotografar, com Steve McCurry.