António Augusto Menano

A dúvida sobre a realidade de um acontecimento/facto ou sobre uma afirmação/asserção não tem que ser, necessariamente, incrédula. Prefiro a dúvida metódica ao ceticismo. Os brasileiros utilizam o termo como disputa/questão. Tudo isto a propósito das toneladas de pernis que não chegaram à Venezuela e dos milhões de euros pagos pelo Governo de Maduro a uma empresa portuguesa.
O presidente venezuelano diz que pagou, a empresa portuguesa está silenciosa. Para “clarificar”, o nosso ministro de Negócios Estrangeiros fala na televisão, mas como que lava as mãos. A empresa acusada de não cumprir tem como responsável um ex-ministro de Sócrates. Começamos a pensar: onde é que já li, vi, ou ouvi sobre “complicações” parecidas? Daquelas que, curiosamente, metem, sempre, dinheiro.
O que cada vez mais está ferida é a nossa dignidade de portugueses, de cidadãos, dos simples que não têm milhões em bancos, nem grandes empresas, nem são proprietários de correios, de estradas, de todos esses “ingredientes” constitutivos dos “bolos “que têm estado a ser “comidos” nas últimas décadas. Como seria bom dizer “sem dúvida” a coisas mais lavadas.