Pela nossa vida já passaram homens e mulheres que, pela sua postura, sempre foram uma referência. Concordássemos ou não, o seu exemplo ético sempre nos serviu como plataforma sustentável para “segurar” a vida”!

Foram cidadãos que nos ajudaram a assumir a vida profissional, desportiva e familiar “em forma” de respeito pelo nosso concidadão.

Da esquerda à direita os exemplos são muitos. Por isso, quando se usa uma determinada terminologia qualificativa, deve-se ter cuidado, não seja ela ofensiva. Isto porque, já encontrei cidadãos de vários quadrantes políticos que sempre foram um exemplo para a esquerda e para a direita, pela forma solidária como encararam a vida!

Ofende-me o facto de gente que se intitula de esquerda e com responsabilidades acrescidas pelos cargos que exercem, se comportam como o pior dos vilões. Ainda por cima, quando já foram, até há pouco tempo, uma referência para mim próprio.

Uma “referência” será sempre alguém que se coloca num patamar superior, pois, ser-lhe-ão sempre reconhecidas qualidades e qualificações para tal. Reconhecem-lhe. Não se auto reconhece. Como alguém que se olha ao espelho e comenta; “alguém é melhor do que eu”!

O drama da nossa sociedade, desta sociedade que imobiliza o debate e por consequência o pensamento, atinge fóruns de pouca vergonha.

Quando existe uma dificuldade de relacionamento, o papel da “tal referência” será sempre de fazer a síntese, explanar, explicar, para que todos fiquem cientes das suas próprias responsabilidades.

Numa altura em que os valores da boa cidadania e convivência, estão minados por efeito de dificuldades várias por que passa a sociedade portuguesa, nomeadamente financeiras, éticas e estéticas, recordo sempre a figura ímpar de do Dr. Fernando Vale.

Se hoje o invoco, é sobretudo pelo significado que tinha para a sociedade de Coimbra, local e distrital e nacional.

Invoco o seu nome, a sua figura, porque sempre foi um conciliador, um homem desprendido, um conselheiro.

Faz falta um Homem desta dimensão.

Coimbra merece muito melhor!