A 1ª Conferência do Fórum Permanente para as Competências Digitais realizou-se em Coimbra, no Convento de São Francisco, no dia 6 de dezembro de 2017, tendo estado presentes o Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, a Ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, o Ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral e o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
Ao longo do dia as sessões dividiram-se em cinco eixos: Inclusão; Educação; Qualificação; Especialização; Investigação.
O Eixo relativo à Educação foi moderado pelo Diretor da Direção Geral da Educação. O discurso de encerramento deste tema foi proferido pelo Ministro da Educação que acentuou a necessidade de proceder à Flexibilidade Curricular, à dinamização das TIC nas escolas e ao incremento das competências digitais para fins académicos, de estudo, de conhecimento e de aprendizagem, sem descurar a formação de professores. Foi referido que a maioria dos alunos possui elevadas competências digitais mas essencialmente direcionadas para fins lúdicos. A maioria não as sabe utilizar para produzir conhecimento nem para filtrar informação, separando o essencial do supérfluo. As escolas deverão ensinar os discentes a utilizar as tecnologias para fins académicos e pedagógicos, desiderato que não será simples de executar, apesar dos professores portugueses serem dos melhores da Europa.
Nos outros eixos analisados foi referido que 37% dos europeus não possuem competências digitais. Assim, estas conferências estão neste a momento a realizar-se um pouco por toda a Europa, com o objetivo de sensibilizar a sociedade civil para a necessidade de desenvolver estas competências. O risco de exclusão digital é real para uma parte substancial da população, o que poderá dificultar a sua inserção no mercado de trabalho. Em 2017, 26% dos portugueses não utiliza tecnologias digitais, apesar de 60% utilizar a internet com bastante facilidade.
Um estudo recente revelou que há dois fatores capazes de mobilizar facilmente os jovens: o gosto pela tecnologia e o gosto por atividades com impacto social. Assim, a constituição de uma rede de voluntariado digital poderá vir a ser uma realidade de combate à iliteracia digital.
No que respeita às empresas, a maioria são pequenas e médias empresas, sendo que estas têm muito mais dificuldade em potenciar as tecnologias digitais, aproximando-se da denominada Indústria 4.0. A orientação estratégica será progredir rapidamente até 2030. Em plena 4ª Revolução Industrial, esta Iniciativa Nacional em Competências Digitais até 2030 (INCoDe.2030 ) é um objetivo estratégico nacional.
O que não foi referido mas importa salientar é que antes da literacia digital existem outras literacias, antes da formação em competências digitais existe a obrigatoriedade de adquirir competências humanistas. Os cidadãos detentores de diversas literacias deverão ser, em primeiro lugar, bons cidadãos, bem formados, educados, cultos, respeitadores da diferença, com sentido estético, honestos, altruístas, defensores dos valores democráticos, tolerantes, com espírito crítico, positivo, inovador e com preocupações sociais genuínas.
Generais, engenheiros e médicos nazis eram seguramente detentores de excelentes competências técnicas, no entanto eram desprovidos de competências sociais e humanistas e estas serão sempre a base de qualquer sociedade evoluída e civilizada.