1. Hoje quando me perguntam onde se come bem em Coimbra
Hoje, meus caros leitores, quando alguém, seja ele o mais pintado, me pergunta onde se come bem em Coimbra, um sorriso largo de satisfação aflora nos meus lábios. As escolhas são múltiplas e variadas.
Localizados, na sua maioria, na Baixa, com epicentro na Rua da Sota-Azeiteiras-Praça do Comércio, em número crescente na Alta e na zona da Solum/ Calhabé, há restaurantes para todos os gostos e feitios, bolsos e horários de funcionamento. E também, finalmente, restaurantes para grandes grupos embora ainda não sejam tantos como seria de desejar.
2. Semana do bacalhau. Roteiro de Restaurantes
Ao longo do ano realizam-se várias semanas gastronómicas temáticas, onde os cozinheiros testam as habilidades e os clientes, os gostos.
Para além de restaurantes como O Solar do Bacalhau, a Napolitana, o Munich, a Dona Alice, o D. Duarte, a Taberna, a Quinta das Lágrimas – que andam sempre na boca de quem sabe disto –, vejamos alguns restaurantes de uma dessas Semanas, a do Bacalhau, que se realizou em Coimbra.
Na Rua da Sota: O Serenata, o Vitória, a Petisqueira Portuguesa, e o Dom Espeto. Na Rua das Azeiteiras: O Zé Neto, o Giro e a Cozinha da Maria. Na Praça do Comércio: O Rio Mondego e o Praça Velha. Nas proximidades: a Adega do Paço do Conde, o Aeminium e o Toca do Gato.
Depois espalhados pela Baixa, desde a Emídio Navarro à Rua Sargento Mor, uma enorme variedade de escolhas: O D. Pedro e a Cervejaria Parque. O Pátio da Inquisição e o Jardim da Manga. O Cova Funda, o Cantinho dos Reis, o Capas Negras e a Tuna. O Temudu´s e o Nacional. Os Manos, o Escritório, o Orpheu, a Adega 007 e o Bizarro.
Na Alta, os restaurantes começam a abrir como cogumelos: A Maria Portuguesa, o Tapas nas Costas, a Chaminé, a Arcada, o Fangas. O Trovador, A Mercearia Bar, o Alqueire e o Loggia, são alguns deles.
3. A imaginação da cozinha de Coimbra começa a desabrochar
A imaginação da cozinha que actualmente se faz em Coimbra também está em “crescendo”! Só à volta do bacalhau, nesta Semana gastronómica, a oferta foi muito variada. Desde os pratos tradicionais que os conservadores não dispensam; Tibornada de bacalhau, caldeirada e pataniscas; Bacalhau à lagareiro, à Narciso, à Brás, assado com batatas a murro e grelos, à Gomes Sá, no forno e à Zé do Pipo.
Até aos pratos mais elaborados e artísticos, de excitar a curiosidade, abrir o apetite e cortar a respiração; Pirâmide de Bacalhau; Bacalhau estaladiço com linguiça, espargos verdes e portobello recheado; Ballotine de bacalhau e pérolas de truta; lombinhos de bacalhau em cama de broa de ervas finas e pêra embebida em redução de furtiva lágrima; dueto de línguas e sames com carolino do Mondego; Bacalhau em crosta de salsa com esmagada de batata doce e até o enigmático Bacalhau sobre falso rissol (digno de um filme de Hitchcock) ao “ sexy” Bacalhau com baton.
Neste momento que vos escrevo decorre a Semana do Galo. E lá vem mais uma multiplicidade de pratos e restaurantes para todos os gostos. É uma loucura! Vou escolher capão com batatas assadas e migas para o almoço e depois vos conto.
4. Mas ainda há muito a fazer
Hoje quando algum amigo me pergunta onde se come bem em Coimbra, olho para ele, olhos nos olhos, puxo da Lista que trago sempre comigo, no bolso de dentro, e pergunto-lhe; – O que é que queres comer? Onde queres comer? A que horas queres comer? Quantos são?
Apesar de toda esta evolução, que se aplaude, há ainda muito a fazer para Coimbra conquistar um lugar de referência na gastronomia nacional. Será o tema de uma nossa próxima Crónica, depois do Natal.