Opinião: Os inconformados

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João Armando Gonçalves

 

A notícia já tem algumas semanas mas vale a pena recordar: no final da WebSummit (a maior conferência de empreendedorismo, tecnologia e inovação da Europa) o município de Idanha-a-Nova levou representantes de 70 start-ups (participantes no evento) numa viagem de 3 dias até ao seu território. O propósito era apresentar o i-Danha Food Lab, um acelerador de empresas na área da sustenabilidade na agricultura e ecossistemas empresariais sustentáveis. E porque o tema era a sustentabilidade, viajaram de comboio até Castelo Branco aproveitando o tempo para mostrar as paisagens, degustar comida regional e ouvir música do concelho. Além de conversar (networking, é o que lhe chamam).

A autarquia e o seu presidente (que não conheço) podiam ter ficado no seu canto, carpindo a desgraça de viver no interior, clamando contra a centralização (Idanha fica a 300Km de Lisboa e do Porto), ou exigindo subsídios. Ao invés, decidiu tomar o destino nas mãos, pensar “fora da caixa”, identificar oportunidades e aproveitá-las. E não foi uma iniciativa desgarrada pois sabemos do esforço feito nos últimos anos em atrair e fixar empresas, eventos ou organizações.

Muitos mais exemplos haverá dum país que não desiste (ouvimos do Fundão, do Carregal do Sal, de Proença-a-Nova…). Dum país feito de gente que não se resigna. Ou (pior) que não se acomoda à ventura de viver numa estância balnear glamorosa ou num tradicional(ista) centro de saber.

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