A 9 de novembro de 1953, há exactamente 64 anos portanto, morria Dylan Thomas (DT). Nascido no País de Gales, DT é seguramente dos mais estimulantes poetas e prosadores do séc. XX europeu. Algo avesso à intervenção política e social, DT refugiou-se quase sempre num lirismo intenso, de registo algo onírico, muitas vezes próximo do surrealismo.
Muito marcado por uma relação demasiado amistosa com o álcool, DT faz o estilo do artista que facilmente se transforma numa espécie de mito: viveu depressa, morreu cedo e suscitou um culto minoritário mas militante. Relativamente pouco conhecido e traduzido entre nós, o que mais impressiona é a forma como nos cruzamos, mais facilmente do que se poderia julgar, com o seu legado.
Logo para começar, o prémio Nobel da literatura de 2016, Robert Zimmerman, adoptou o nome artístico de Bob Dylan, justamente em homenagem ao escritor galês. Ainda no domínio literário, António Lobo Antunes deu a um dos seus livros um título (“Não entres tão depressa nessa noite escura”) claramente inspirado num poema de DT.
Mas também na música popular, ou no cinema, a presença de DT é recorrente. No cinema, a sua poesia é destacada, por exemplo, nos filmes “Interstellar” ou em “Mentes Perigosas”. Já na música, tem sido John Cale, ex-membro dos Velvet Underground, também ele galês, o principal protagonista da versão musicada da lírica de DT com “Do not gente into that good night” ou “A child`s christmas in Wales”. “Rage, rage against the dying of the light!”.