Opinião: Cidadania(s)

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João Armando Gonçalves

 

A ideia de cidadania tem subjacente o conceito de relação. A relação que os indivíduos cultivam entre si mas também aquela que cada um deles tem com os ambientes que partilham. Esses ambientes podem ser o bairro, a freguesia, o município, o país…e, hoje em dia, o próprio mundo.

Quem se aventura nas leituras sobre a ideia de cidadania cedo percebe que o conceito foi mudando ao longo dos tempos. E se revisitarmos os nossos conhecimentos de história, com certeza lembraremos que ser cidadão na Grécia Antiga (privilégio de alguns) não era o mesmo que sê-lo no Renascimento ou, principalmente, após a Revolução Francesa, com os seus ideais de igualdade e liberdade, considerados a raiz da cidadania moderna.

Hoje, ser cidadã/o vai além da vivência de um conjunto definido de direitos e deveres. Pode e deve ser uma prática constante, exercida de forma mais pontual ou contínua, e expressa em coisas simples ou complexas: não deitar o lixo pela janela do carro, contribuir na organização de um evento, participar numa campanha, pertencer a uma associação, servir num órgão autárquico…ou escrever uma coluna de opinião na imprensa.

Agora que, a nível local, saímos dum ato eleitoral e se fizeram as respetivas escolhas, alguns poderão pensar que só serão chamados a cumprir a sua “obrigação” (votar) daqui a quatro anos. Nada mais errado: ser cidadã/o é um trabalho a tempo inteiro. Cada dia. Todos os dias.

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