Já poucos se lembrarão que Carlos Mota Pinto, num célebre discurso proferido no primeiro comício do PPD realizado no Pavilhão dos Desportos (Lx, 1974), incluiu a frase que se haveria de tornar icónica “Hoje somos muitos, amanhã seremos milhões”.
Claro que a sua intenção era outra e datada, porém, de facto, éramos, no início do século XX (há menos de 120 anos…) 1,65 mil milhões de pessoas, mas em 2015 (há 2 anos atrás), o mundo atingiu um patamar populacional nunca antes visto: 7,4 mil milhões!
Na Ásia habitam 4,4 mil milhões (perto de 60% da população mundial), em África 1,2 mil milhões, na Europa 738 milhões, na América do Norte 358, na América do Sul 634 e na Oceânia 39 milhões, apenas cerca de 4 vezes mais que Portugal.
Este notável crescimento da humanidade tem colocado desafios à sustentabilidade ambiental, devido ao maior consumo de recursos, esgotamento dos solos, emissão de poluentes e desflorestação na natureza, e até 2050 a população continuará a aumentar e a envelhecer, o que trará 1. inúmeros desafios, particularmente na área da saúde (mental, desenvolvimento do cancro ou de outras doenças “civilizacionais” – como a diabetes, e.g.), colocando em causa a qualidade de vida e pressionando os gastos em saúde; 2. oportunidade para a inovação tecnológica e científica possibilitar novos tratamentos e novas condições de bem-estar (com a evolução das neurociências ou a assistência robótica, e.g.). Bem sei que hoje anda quase tudo a pensar nas eleições de ontem…