Opinião – É inócuo o poder de Coimbra

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Luís Santarino

 

Nada acontece por acaso. Coimbra está a ficar cada vez afastada dos centros de decisão. E assim continuará, se nada for feito em sentido contrário.
Como exemplo poderei citar o “garrote” que Lisboa e Porto fazem aos serviços de saúde de Coimbra.
Afirmar que Coimbra, agora cidade de dois dígitos – porque deixou de ser a terceira quando deveria ser a primeira – não tem necessidade de uma estrutura de saúde tão grande, não é ignorância, mas puro exercício de demagogia e maldade.
Coimbra, a tal “Capital da Saúde” entre outras coisas que tais e mais ou menos normais, não pode aceitar passivamente que tal seja defendido, acreditado e colocado em prática.
Não é por acaso que tal acontece. Pode não ser devido a conselhos de administração, ou talvez seja; não é devido a maus prestadores de serviços porque decididamente não os há, não será por falta de estratégia, não será por inércia, não será até porque a medicina privada tem uma estratégia agressiva. Pode não ser por tudo isto e mais alguma coisa. Mas será, disso não tenho a menor dúvida, por incapacidade política dos dois maiores partidos; PS e PSD! Ambos perderam as eleições em Coimbra!
Falhadas que foram as eleições – uns a festejar “Vitória de Pirro” e outro a verter “lágrimas de crocodilo”, trataram de “ajuntar” as coutadas ao invés de discutir o que na verdade correu mal. É que a uns nem o efeito governo Costa salvou – ainda que no Barreiro e em Almada entre outros se tenha feito sentir… e de que maneira – e aos outros, nem o falhanço da candidatura serviu de alerta.
Perante tal “aspecto”, não discuto se mau ou péssimo, a malta de Lisboa e Porto esfrega as mãos de contente. Dentro de pouco tempo não terão de se preocupar. Reduzirão Coimbra à expressão mais simples, o que, convenhamos, não estará para demorar!
O problema não será do distrito de Coimbra mas de toda a região Centro. É por isso que Lisboa e Porto não querem falar nem discutir a regionalização. Ambos têm a secreta esperança que a divisão de opiniões ao centro beneficie as suas regiões. Coimbra afastada, menorizada, não incomodativa, subjugada, é mais fácil de digerir!
Perante isto, vai a coutada andar de porta em porta, dizendo; “olhem lá, a culpa não é minha, é daquele”! O daquele bem definido, porque quando perdem há sempre “um alguém” que vai direitinho ao cadafalso.
A CDU prefere colocar-se numa linha vermelha esbatida, sabendo bem o que quer, mas inteligentemente não o dando a conhecer. Tenho fundada esperança que o candidato agora reeleito, tenha percebido e reconhecido o trabalho das suas e seus congéneres do Barreiro e em Almada e proponha, “mais ou menos” a mesma coisa para o nosso concelho.
Aos outros eleitos dá-se o benefício da dúvida. Ainda estou para ver do que serão capazes. Pelo menos, promessas não faltaram.
Vivemos um drama sem liderança. É inócuo o poder de Coimbra.

 

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