Morreu o pintor Pedro Olayo

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FOTO – Carlos Jorge Monteiro

Pedro Olayo faleceu este sábado, aos 87 anos. O pintor tinha sido levado de urgência para o CHUC, em cujo serviço de Pneumologia tinha, aliás, passado alguns dias internado, no último mês.

Figura maior da pintura do séc, XX, Pedro Olayo – também conhecido, no mundo artístico, como Pedro Olayo (filho) – nasceu a 2 de Setembro de 1930, em Coimbra, onde sempre viveu.

Aprendeu a arte com os mestres José Contente e Edmundo Tavares. Viajou e estudou pela Europa do Sul, sobretudo em Madrid e Paris. Acabou por escolher Itália para a graduação, licenciando-se em Belas Artes, pela Academia Araldica Internacionale Il Marzocco, em Florença.

Casado com Maria Fernanda Olayo, o pintor teve três filhas: Maria Pedro (designer e ceramista, radicada em São Miguel, Açores), Ana Mafalda e  Maria João – que faleceu no início desta década.

Segundo foi possível apurar, o corpo do pintor deverá ser trasladado, ainda na manhã deste domingo, para o espaço funerário da igreja de Nossa Senhora de Lurdes, em Montes Claros. O funeral realiza-se apenas na segunda-feira, 25 de setembro, no crematório de Taveiro.

Pedro Olayo foi, acima de tudo, um espatulista, mas também trabalhou a aguarela como poucos. A sua primeira exposição foi em 1951, na saudosa na Galeria de “O Primeiro de Janeiro”, na Rua Ferreira Borges. Esteve na fundação do futuro Círculo de Artes Plásticas. Expôs um pouco por todo o mundo. Está representado em inúmeras coleções.

Este ano, no Dia da Cidade de Coimbra, participou na inauguração de uma exposição retrospetiva da sua obra, no Convento São Francisco, onde foi surpreendido com o anúncio feito pelo presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado, da atribuição do seu nome à sala / galeria do centro de convenções e espaço cultural.

Antes, a 28 de abril, não faltou também à inauguração da sua exposição no espaço Conde Galeria, na Praça do Comércio, onde vários quadros seus estiveram expostos até há pouco tempo.

FOTO – Carlos Jorge Monteiro

Filho de Coimbra, amante da cidade, Pedro Olayo sempre foi um artista bon vivant. Nas palavras do próprio, “Coimbra tem sido sempre para mim, uma mãe boa e extremosa. Mais que um mensageiro de Coimbra, considero-me, acima de tudo, “um filho de Coimbra!”.

São palavras de apego a Coimbra que o pintor escreve em livro publicado pela MinervaCoimbra e que Hélder Rodrigues, colunista do Diário as Beiras e acérrimo defensor da cidade e da sua aura mítica, respigou em recente artigo.

Citando Pedro Olayo: “Comecei a pintar Coimbra porque os seus vastos espaços verdes sempre me encantaram – O Choupal, a Lapa, o Mondego. Percorri o Mondego todo a pintar, desde a Serra até à Foz! Mais tarde passei a pintar as cidades: Coimbra, Porto, Lisboa, Florença, Luxemburgo. Hamburgo, Amesterdão, e por aí fora…. Ao longo da minha carreira passei longas temporadas no estrangeiro; Madrid, Barcelona, Paris, Florença encantaram-me! Participei em exposições em várias partes do Mundo desde os Estados Unidos a Angola. Convivi com pintores, artistas de cinema (Alain Delon, Catherine Deneuve). Com todos aprendi, todos aprenderam comigo a conhecer e a gostar de Coimbra!”.

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