Sejamos sinceros e objetivos: a água da torneira não é cara, relativamente a outros bens de consumo. Cada 100 litros custam 30 cêntimos. Gastamos mais dinheiro em “telemóvel” do que na “conta da água”. Portugal é dos países que mais água engarrafada (“20x mais cara”) consome, apesar da boa qualidade da água da torneira.
Estamos em seca severa. A água potável de qualidade para consumo humano é insubstituível. Podemos trocar a gasolina pela eletricidade, mas não podemos deixar de consumir água.
Podemos sim, eliminar as ameaças à sua qualidade, desde o excesso de fosfatos até aos fenómenos de poluição emergente, como sejam os micropoluentes (plásticos, pesticidas,…etc.).
E é essa missão primeira da política, cuidar do património comum e da saúde da população, propiciando condições para o desenvolvimento sustentável. Se a política falha nesta sua missão, pouco mais interessa.
Por mero oportunismo político na Figueira fala-se muito da fatura da água. Dizem-nos que pagamos a “água mais cara do país”.
E prometem, em campanha eleitoral, que iremos pagar menos pela água. O discurso acaba aqui.
Iludir as pessoas, apelar a sentimentos populistas e demagógicos (“pagar menos por um bem escasso?”) é nefasto ao debate político.
A verdadeira a questão é outra. Como manter acessível um bem (água potável) cada vez mais ameaçado? Que níveis de desperdício podemos tolerar? Como pode a Câmara Municipal contribuir para que sejam eliminados fontes de poluição da água?
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