Arrancou e prolonga-se até ao fim de semana a 4ª edição do festival Gliding Barnacles (GB). O certame, como é do conhecimento público, alia, no essencial, um conjunto de eventos ligados ao surf, com convidados internacionais, com um cartaz de espectáculos musicais de pendor alternativo.
Cumpre, em primeiro lugar, saudar a organização que tem sabido, paulatinamente, ir credibilizando e valorizando o evento, com a prudência necessária para que ele seja, ano após ano, repetível. O apoio público municipal também tem vindo, e bem, a acompanhar essa ambição crescente. A esse título, vale a pena deixar uma palavra de saudação e estímulo a um outro festival, o Woodrock na Praia de Quiaios, que tem seguido a mesma linha de orientação, de crescimento lento e gradual e que, nos mesmos termos, se afirma a cada ano que passa.
O GB encaixa como uma luva na ideia de converter a Figueira da Foz numa importante paragem da rota nacional do surf e tem a virtude de, com o seu cartaz musical, poder trazer até nós públicos que as ofertas culturais, de cariz mais mainstream, do Município e de outros agentes, dificilmente captam.
Numa cidade como a Figueira da Foz que, aqui e além, parece enfermar de um certo “mal de vivre” e é, não raro, mais proclive a um discurso nostálgico sobre o que já não há do que à plena fruição daquilo que há, o GB, no seu estilo “keep it simple, make it fast” é um acontecimento que só pode suscitar a maior simpatia.