Nos contratos com um qualquer fornecedor de internet, telefone ou qualquer outro serviço pede-se ao comprador um período de fidelidade, que afinal só vale para ele, e enquanto o fornecedor no caso da MEO PT não mudar de ideias ou de estratégia de extração de um valor sempre crescentemente financeiro do cliente.
Parece assim que se repete um tempo em que alguém relata: “Do Porto vim a Coimbra onde tomou, comigo, igual compromisso, o general Simas Machado, comandante de Divisão, e que até tomou a seu cargo a adesão de Braga e Viseu, o que conseguiu.”. Mas “de certa altura em diante, a Revolução Nacional foi feita pelos Correios e Telégrafos” ( 1 ) .
E agora pela MEO PT.
Segue esta MEO PT a tradição de vender ilusões ao prometer serviços de Internet que não pode fazer por não haver equipamento que o permita. Aconteceu-me há uns anos na minha casa. Acontece-me agora quando ao mudar de tarifário da banda larga me cobraram cerca de 39 euros mais do que estava contratado. Protestei e informaram-me que me deviam só 23 euros sem me explicarem porquê. Voltei a protestar e mandaram-me uma carta redonda já que nada explica, nem fala de números. Agora finalmente cobraram-me um mês em duplicado e um outro adiantado, juntando ainda um contrato com um outro bem distinto, quebrando o compromisso de me mandarem factura detalhada dos serviços de internet.
Acordou entretanto da sua letargia a ANACOM que “obrigou a tal MEO” a dar-me uns dias para rescindir um contrato, mas aquilo que devia fazer era obrigá-la a cumprir o compromisso celebrado comigo há uns meses, e que só eu cumpro.
Quando vou protestar às lojas da MEO PT, deparo-me com jovens precários e mal preparados para justificar os disparates que a direção da MEO PT vai assim disparando contra os seus clientes, e sempre sem que o regulador faça algo de positivo para a controlar.
Naturalmente vou-me queixando por toda a parte, recebendo quase em uníssono as mais diversas queixas, todas elas consequência de uma mal-amanhada privatização que, de asneira em asneira, desembocou na fusão com a OI, uma empresa brasileira que está em processo de recuperação judicial desde 20 de Junho de 2016, tendo por isso completado em 20 de Junho de 2017 um ano, sendo o seu desfecho ainda incerto (http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/ha-um-ano-em-recuperacao-judicial-oi-enfrenta-impasse-entre-credores-e-acionistas-para-se-reerguer.ghtml, acesso em 12 de agosto de 2017 ). Foi este belo negócio gizado pelos ilustres gestores Zeinal Bava e Henrique Granadeiro sob a supervisão financeira de Ricardo Espírito Santo Salgado.
Sofremos por isso nós os utilizadores dos seus maus serviços e também os seus trabalhadores que vemos em luta e, quando protestamos, em confusa incompetência quando os questionamos nas lojas da PT. Tenhamos por isso compaixão por eles. E por nós que estamos mal servidos.
( 1 ) Oscar Paxeco – Os que arrancaram
em 28 de Maio, Editorial Império, Lisboa, 1937, p. 59 e p. 217.