Rui Lopes Rodrigues

A cidade de Coimbra possui um património vastíssimo. No entanto, basta dar um pequeno passeio e é fácil concluir que esse património é pouco valorizado. Uma cidade que valoriza muito pouco o seu património, é uma cidade estagnada e incapaz de atrair ou fixar as camadas mais jovens da população.

Por vezes, para alterar este estado vegetativo, basta ter ideias simples. Coimbra tem vários palácios, mosteiros, casas apalaçadas, que estão devolutas ou subaproveitadas. Por que não transformar esses espaços em espaços criativos e culturais, com possibilidade de atrair empresas jovens para Coimbra?

Um espaço onde seja possível os jovens realizarem pequenos concertos, workshops, reuniões, enfim, expor o seu trabalho. Um espaço onde artistas, entretenimento e turismo se possa idealizar, organizar e concretizar. Um espaço onde se junte a criatividade e gente jovem com vontade de criar coisas novas, dando assim vida a muito do património histórico que Coimbra tem.

Reutilizando estes espaços como pequenos centros artísticos, de negócios e criativos, significaria um serio investimento no empreendedorismo e no desenvolvimento de novos negócios e seria possível a Coimbra aumentar a presença nas áreas da tecnologia e inovação.

Em suma, falo de uma verdadeira fábrica de Startups, um local dedicado à criatividade, no seu sentido mais abrangente que vai desde as artes até à inovação tecnológica, e à cultura, em linha com história e tradições que Coimbra representa. Resumindo a ideia numa frase, tratar-se-ia de um “cluster” de referência para empresas criativas e inovadoras.

A ideia passa por fixar no mesmo espaço, várias empresas com grande potencial empreendedor, criando novas sinergias que assentem não só nas necessidades criativas e de empreendedorismo de Coimbra, mas que também proporcione toda uma panóplia de serviços inovadores ao país.

Existem diversos edifícios em Coimbra, que fazem parte da história e da cultura da cidade, onde algo deste género se poderia realizar. Concretizando em Coimbra um novo polo de empreendedorismo e criatividade, incorporando uma forte dinâmica cultural, com concertos, exposições, formações e workshops, promovidos pelas empresas residentes em conjunto com o município.

Uma pequena e simples ideias, mas com viabilidade para manter em Coimbra, jovens que ano apos ano, partem em debandada à procura de oportunidades em cidades que fizeram apostas simples em setores da criatividade e inovação. Coimbra tem de ser capaz de tratar dos seus. Mas deve tratar os seu ensinando-lhes a pescar e não dando-lhes o peixe.