Opinião: Combate ao jogo viciado

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Paulo Almeida

Foi no dia 26 de Julho que a Sport Integrity Global Alliance (SIGA) realizou em Lisboa a 2ª edição do Fórum da Integridade no Desporto, onde foram abordados os grandes desafios que o sector enfrenta: a integridade, a boa governação das organizações, a protecção de menores e o risco de contaminação do valor e da reputação que as marcas correm.

O presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), José Manuel Constantino, apresentou sem peias um quadro crítico e disse: “Diariamente somos inundados com episódios de manipulação de resultados, apostas ilegais, infiltração criminosa, corrupção, tráfico de menores, fraude fiscal, branqueamento de capitais ou tráfico de influências que usam o desporto para florescer proveitos de origem criminosa.”

Entre os participantes contou-se Luís Ribeiro, inspector da Polícia Judiciária ligado à operação “Jogo Duplo”, que não deixou de alertar para os problemas que existem na 2.ª Liga de futebol, em Portugal, onde “grande parte do capital dos clubes não é detida por portugueses”, surgindo dúvidas em relação ao que move os investidores. “Não nos parece um investimento racional, porque nestes casos nem há ligação afectiva que o justifique.”

Também foi há poucos dias (a 13, 14 e 15 de Julho) que em Kazan, na Rússia, se realizou a Sexta Conferência Internacional de Ministros e Altos Funcionários Responsáveis pela Educação Física e Desporto (MINEPS VI). Foi tónica, desde o início da conferência, a necessidade de conjugar esforços e eliminar as barreiras que dificultam a colaboração entre governos, decisores políticos, comités olímpicos e federações desportivas, de forma se poder usar o desporto como uma ferramenta para efectivar mudanças sociais.

Os mais de 500 participantes concordaram que não há tempo a perder e elaboraram um plano de acção que aborda três prioridades: o acesso universal, incremento da contribuição do desporto para o desenvolvimento sustentável e para a paz, bem como a protecção da integridade do desporto. “Nos últimos dois dias, acreditamos ter conseguido um verdadeiro avanço no desenvolvimento de políticas desportivas internacionais”, disse Nada Al-Nashif, Diretor-Geral Adjunto da UNESCO para Ciências Sociais e Humanas.

Ganha assim especial relevância II Fórum da CPLP, que se realizará na próxima segunda-feira, 31 de Julho, em Gondomar – actual cidade europeia do desporto. Será um momento privilegiado para discutir as linhas deste Plano de Acção Kazan e o papel da CPLP e dos seus parceiros na concretização e desenvolvimento dos objectivos traçados, reflectindo necessariamente sobre a integridade e a ética no desporto como afirmação e expressão de valores que constituem o acervo da CPLP.

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