O projeto de mobilidade que substituiu a ferrovia por um sistema de metro sobre rodas foi esta manhã contestado por dezenas de manifestantes, na Lousã, onde o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, apresentou o estudo do LNEC para ligar Lousã, Miranda do Corvo e Coimbra.
À porta da Câmara da Lousã, dezenas de pessoas concentraram-se em protesto contra a anunciada transformação do ramal ferroviário regional em via para autocarros elétricos integrada no Sistema de Mobilidade do Mondego.
Os populares defendem a reposição do serviço público ferroviário no Ramal da Lousã e a rejeição do denominado “sistema metrobus”, cuja primeira divulgação oficial conta com a participação de técnicos do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), que realizou o estudo.
No documento, é rejeitada a reposição do comboio no Ramal da Lousã, incluindo na versão de metro ligeiro, não acatando o que foi recomendado pela Assembleia da República em diferentes resoluções aprovadas em fevereiro.
A proposta de mobilidade com que o Governo se comprometeu junto dos presidentes dos municípios envolvidos, Luís Antunes (Lousã), Miguel Baptista (Miranda do Corvo) e Manuel Machado (Coimbra), todos do PS, deverá custar 89,3 milhões de euros, disse uma fonte governamental à agência Lusa.
A fonte adiantou que a “versão definitiva” do trabalho do LNEC, avalizada pelo Governo, suscitou o acordo dos presidentes das três câmaras e escolheu um modelo de autocarro “exclusivamente elétrico”, após ter sido também ponderada a propulsão a gás natural comprimido e híbrida, que foram recusadas.
O Ramal da Lousã foi encerrado há mais de sete anos, para obras que visavam a instalação de um metro ligeiro, as quais foram interrompidas algum tempo depois por razões financeiras.
Nas empreitadas realizadas, foram gastos mais de 140 milhões de euros, segundo diferentes estimativas, apresentando-se o antigo canal ferroviário abandonado e invadido por mimosas e outras vegetações.