Durante a semana passada o País viveu dos seus melhores momentos da história recente. Recebeu o Papa, venceu o festival da Eurovisão e o Benfica, por 5-0, foi tetracampeão. Os motivos de comemoração foram evidentes, a televisão mostrava um país a rejubilar e contagiado, ora pela fé, ora pela música, ora pelo futebol… Passámos de País sossegadinho a País eufórico.
Mas destaco a visita do Papa, pois merece uma análise reflectida e vale a pena dela tirarmos ilacções. Sistematicamente somos (nós portugueses e a falar de nós próprios!) acusados de termos uma imensa capacidade de improviso (o “desenrascanço nacional”) e de reação, e uma imensa incapacidade de preparação e planeamento. Nada disso aconteceu nesta visita, pois tudo estava previsto ao mais ínfimo detalhe e a prática mostrou uma logística territorial e de segurança bem articulada e nada falhou.
Para além do nosso contentamento a imagem passada para o exterior foi de tal forma importante que os órgãos de comunicação fizeram disso notícia, elogiaram a nossa capacidade não só de costumado povo hospitaleiro, como de País capaz e preparado para receber grandes eventos. Talvez contagiado por este estado de espirito colectivo de grande autoestima nacional, o nosso PR em visita à Croácia, ventilava o possível crescimento económico acima de todas as previsões: 3,8%! Qual optimismo moderado, qual optimismo irritante! Ou é ainda o ego nacional…?
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