É já no próximo domingo que os franceses vão de novo ser chamados às urnas para eleição do próximo Presidente da República.
Numa primeira volta Emmanuel Macron com 24% dos votos venceu, ficando em segundo Marine Le Pen que obteve 21,3%. Seguiram-se, François Fillon candidato de centro direita, e Jean-Luc Mélenchon, este último candidato da extrema esquerda (apoiado de forma entusiástica pelo nosso Bloco de Esquerda, que até fez deslocar a Paris a sua Deputada Europeia Marisa Matias).
O grande derrotado da noite foi, sem dúvida, o candidato do Partido Socialista, que não ultrapassou os 6%.
Houve, indiscutivelmente uma alteração profunda no espectro politico da França. Os partidos que tradicionalmente a governaram nas últimas décadas foram, pura e simplesmente, excluídos, emergindo aquele que será possivelmente o futuro Presidente da França, Emmanuel Macron.
Penso que será altura de todos tirarmos conclusões que passam necessariamente por perceber o “divórcio” cada vez maior entre os partidos tradicionais e o povo em geral.
Temos de encontrar novas formas de “fazer politica” de modo a de novo conquistarmos aqueles que são a razão da existência desses mesmos políticos, os eleitores, cansados cada vez mais da repetição sucessiva das inesgotáveis querelas partidárias, não existindo sentido de Estado e uma verdadeira vontade de consensos inter-partidários,
Seguindo por este caminho, arriscamo-nos, mais tarde ou mais cedo, a entregar o poder nas mãos de qualquer populista, seja ele de extrema esquerda ou de extrema direita.
Já agora, num pequeno à parte, espanta-me a forma como os nossos comentadores e media apontam o dedo à extrema direita como se ela fosse diferente da extrema esquerda.
Também esse complexo de esquerda que nos persegue desde o 25 de Abril tem de ser definitivamente “abandonado” e passarmos a tratar de igual forma todos aqueles que nos extremos da política querem apenas criar o caos para depois poderem emergir como os “grandes salvadores”, através de ferozes ditaduras a que nenhum de nós escaparia (media incluídos).
O Senhor Hollande, esperança socialista há 5 anos, sai pela “porta pequena”.
Entra pela “porta grande” o Sr. Emmanuel Macron, um europaista convicto, e quanto a nós um Homem capaz de consensos que unam esse grande País que é a França, onde milhões de compatriotas nossos criaram raízes e se fixaram.