Opinião: Ruas estreitas e sem passeios

Posted by
Spread the love

 

 

João Vaz

Estou em Nampula, Moçambique. A cidade cresceu imenso nos últimos anos. As áreas de expansão não foram devidamente planeadas. Quem tinha um pedaço de terreno construiu um muro, demarcando a propriedade. Surgiram “prédios” desalinhados, casas tortas, ruas estreitas e sem passeios nem espaço para árvores. A chuva quando cai arrasta os sedimentos causando problemas de erosão. A distribuição de água é difícil e a remoção de lixo torna-se complexa. Saneamento? Espaços verdes? Não existem. Cada qual vive murado numa “casa” de blocos servido por caminhos cheios de lixo.

A anarquia na ocupação dos solos gera isto mesmo, territórios empobrecidos. Na Figueira, à nossa escala, desde os anos 70, na ausência de um Plano Diretor Municipal (PDM) coerente, construiu-se onde se quis e pode. Os prédios e casas surgiram quase do “nada”, sem rigor urbanístico nem qualidade estética. Hoje pagamos essa fatura, manutenção onerosa das infraestruturas base, uma rede de saneamento (ainda incompleta) cara e a “colonização” de espaços dispersos, mal ligados entre si.

O posicionamento dos candidatos à câmara, as suas opiniões perante o PDM, dizem muito sobre quem são e para onde caminham. Há mesmo quem defenda as posições “desordenadas” de José Elísio (“um terreno, um muro”) e ao mesmo tempo queira defender “os espaços verdes”. Estar bem com o Deus e o Diabo é populismo; agradar a todos, é impossível. Há ainda quem não saiba o que é o PDM, embora seja candidato…

 

 

 

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

*

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.