Opinião – Analepse

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Teotónio Cavaco

A analepse é uma técnica narrativa que consiste em relatar acontecimentos anteriores ao tempo presente da história, sendo um processo muito utilizado pelos Autores para caracterizar retrospetivamente as personagens, para a resolução de enigmas por meio de revelações tardias, ou para a recuperação de episódios anteriores, integrando-os, assim, na história.

O artifício poético que conduz à analepse é geralmente conseguido através do discurso e dos mecanismos linguísticos para a sua expressão, como consequência da ativação da memória de uma personagem a respeito de um facto passado.

A analepse é um processo de distribuição dos eventos da narrativa que se insere no domínio mais amplo das anacronias, forma de organização da narrativa em que o seu fluir temporal é sujeito a exigências da construção discursiva, alterando a sua cronologia, por retrospetiva – n’ “Os Lusíadas”, por exemplo, Camões inicia a narrativa usando a técnica das epopeias clássicas in media res, ou seja, a meio do fluxo da narrativa, sendo a recuperação do lapso da narrativa anterior feita nos Cantos seguintes pela voz do Gama, o que permite assim reintegrar o passado da história de Portugal e assim contribuir para a coesão global da história.

A propósito do PDM/Horto/Corredor verde/Aldeia do mar/Erosão costeira/Serra da Boa Viagem, contributos para quando se escrever a história da Figueira como “território sustentável do Atlântico” (“Plano” Estratégico de Desenvolvimento) …

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