p&r DIÁRIO AS BEIRAS/FOZ DO MONDEGO RÁDIO/FIGUEIRA TV
A Goltz de Carvalho foi fundada há 20 anos, em Buarcos. Hoje, é uma das mais relevantes Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) da região. É presidida pelo cofundador António João Paredes, que, nesta entrevista, adianta que este será o último aniversário sob a sua presidência
Como é que está a ser assinalado o 20.º aniversário?
O aniversário é no dia 28 de março, a data do nascimento do patrono; como desta vez calhou a uma terça-feira, decidiu-se adiar para 1 de abril, na Assembleia Figueirense, com jantar e um espetáculo do Coral David de Sousa e um concerto acústico de Francisco Murta. Também vamos lançar um livro, com o título “20 anos a abraçar gerações”. Estão programadas várias atividades, até 15 de novembro, que encerram com um seminário.
Porquê Goltz de Carvalho?
Tenho um bocadinho de responsabilidade, porque nasci na rua Goltz de Carvalho. No liceu, a minha professora de história lançou-me o desafio de fazer um trabalho sobre Goltz de Carvalho e vim a descobrir que a casa onde eu tinha nascido foi onde ele fundou uma escola e uma creche para crianças carenciadas. Também dava aulas, à noite, a adultos [analfabetos]. Goltz de Carvalho foi o primeiro presidente da Junta de Buarcos, na primeira República. Era um pedagogo, um filantropo, um humanista.
Quantos utentes, valências e colaboradores tem a instituição?
A Goltz de Carvalho é uma pequena – média empresa da economia social, com cerca de 30 colaboradores diretos. Apoia, nas suas diversas respostas sociais, cerca de mil pessoas. Temos o centro comunitário de Buarcos, que funciona como polo avançado da Segurança Social, para além da creche, do jardim de infância e do apoio domiciliário. Temos alguns projetos em que fomos inovadores na forma de desenvolver atividades sociocomunitárias.
Dirige a “Goltz” desde o início. Qual foi o momento mais marcante?
É difícil destacar um, mas, talvez, o momento de grande satisfação e que mais nos marcou foi o facto de termos sido a primeira instituição da sociedade civil a prestar homenagem ao Prémio Nobel da Literatura José Saramago [com a participação do laureado].
Como é que antevê que sejam os próximos 20 anos?
Espero que sejam em cima da sustentabilidade. Este é o meu último aniversário como presidente. A “Goltz” tem gente preparada e precisa de pessoas com mais energia e com a mesma irreverência que tínhamos quando criámos a instituição. Entendemos que é desejável que as pessoas não fiquem eternamente nos lugares. | Jot’Alves
Legenda: António João Paredes, presidente da Goltz de Carvalho
Esta entrevista pode ser ouvida na íntegra, hoje, pelas 21H00, na Foz do Mondego Rádio (99.1FM), e vista na Figueira TV.