Gil Vicente crítica no “Auto da India” a dissolução da família e a política de expansão colonial. Sabemos: de expansões coloniais estamos conversados, apenas uns saudosistas que se intitulam patriotas, andam por aí a agitarem as águas, com o concurso indireto de poucas dezenas de elementos esquerdistas incapazes de compreenderem estarem, a fazer propaganda aos contrários.
Ainda se fosse futebol feminino, Joana d’ Arc contra Rosa Luxemburgo a coisa seria falada, não teria sido necessária a ajuda de “revolucionários” ainda no escalão de aprendizes. As recordações, o seu regresso, apoquentam muitos. Será necessário ver que elas “não são o que é preciso”, como escreveu Rilke, noutro contexto. Muitas vezes assim é.
Uma epidemia, vencedora já do outro lado do Atlântico, mãe do Brexit, parente de Marine Le Pen e dessa figura entre o disparate, uma loucura perigosa, também de cabelo louro, cenoura, ou deslavado, a crescer na Holanda, para não falarmos da Hungria e da Polónia e outros países, anda por aí. Só ajudam, e servem-se da confusão e do medo.
Sou do que acreditam que a internet, tão benéfica para o Daesh e os predadores sociais, mostra a oposição tragédia/comédia, a informação é um país pleno de alçapões e rainhas sangrentas. E nós nunca poderemos esquecer as correspondências, sociais, geopolíticas, económicas, financeiras, deste xadrez que jogamos, quer queiramos quer não.
António Augusto Menano, escritor