1. As visitas genéricas sabem a pouco!
O primeiro aspecto que salta à vista no programa actual de visitas à Universidade de Coimbra (UC) é de que se trata de visitas genéricas! Para serem vistas a correr, dando uma pálida imagem, ao visitante, duma Universidade extraordinária e única que tem muito mais para dar a conhecer a Portugal e ao Mundo.
Estas visitas podem preencher as necessidades do visitante apressado que tem um par de horas disponível, de manhã, antes de seguir viagem e almoçar, já fora de Coimbra, ou em alternativa para o que acaba de almoçar fora de Coimbra e aproveita para fazer a digestão da parte da tarde!
Este tipo de visitantes de “bate e foge” é dos que menos interessa à UC e à cidade, sendo até um dos seus maiores flagelos, porque poucas receitas gera quer a UC quer à economia local!
Falemos claro! Pouco interessa quer à UC quer à cidade o seu número exacto (se são 400 ou 600.000/ano)! Interessa muito mais o montante das receitas geradas (se 5 milhões ou 50 milhões de euros)!
É evidente, e de bom senso, que não se eliminem essas visitas genéricas, segmento de mercado que sempre existirá. Mas sabem a pouco!
Alargue-se a oferta apresentada, dando destaque e evidência a visitas específicas com animação. Experiências únicas, originais e mágicas que surpreendam os operadores turísticos e os turistas que nos visitam.
Façamos um parêntesis para abordar os actuais horários e preços.
2. Os horários de funcionamento e os preços
Os horários de funcionamento têm que ser mais alargados e sem interrupções. É desejável, se queremos maximizar receitas, que se abra mais cedo e se feche mais tarde, que não haja interrupções para almoço, que haja visitas nocturnas. Ainda por cima se queremos fixar os visitantes e que eles fiquem a dormir em Coimbra.
Quanto aos preços praticados, parecem-me excessivamente baixos. Nunca visitei um local Unesco no Mundo, ao nível da UC, por escassos 5 ou 10 euros! Julgo até, que preços deste nível desmotivam os turistas mais exigentes que inferem daí visitas de baixa qualidade ou sem interesse!
Faça-se uma análise da elasticidade. Defina-se uma estratégia de preços que maximize receitas. A conclusão será, com certeza, uma revisão em alta! A começar pelos locais onde a procura ultrapassa a capacidade (caso da Biblioteca Joanina), cujos preços poderão, no mínimo, duplicar.
3. As visitas específicas com animação
A enorme riqueza histórica da UC faz com que a maioria dos edifícios que constituem o Polo 1, e mais um punhado de outros que a UC tem espalhados pela cidade, constituam, por si sós, uma visita específica animada. Uma experiência única que os turistas adorarão viver!
Poucas Universidades no Mundo têm à sua disposição um potencial turístico cultural desta natureza! Vamos aproveitá-lo!
Cole-se a cada um desses edifícios uma temática aliciante relacionada. Faça-se projectar, durante a visita um multimédia de boa qualidade ou um videomaping. Uma encenação teatral ou uma intervenção musical, poética ou literária (há tantos grupos teatrais e musicais na cidade e na Região). Uma bebida e uns doces regionais. Um cerimonial. Uma certificação de presença. Um momento insólito, inesperado. Aí temos uma visita específica animada a qualquer hora do dia, mas principalmente ao fim da tarde ou à noite! Nas próximas crónicas daremos alguns exemplos práticos, fáceis de operacionalizar e fazer a diferença!
