A asneira é livre, a ignorância existe e tende a crescer, e o Eurogrupo é uma reunião de especialistas em guardar euros, em fazê-los render à custa de indígenas vários, a quem o emprestam. Mas, daqui para frente, será recordado por ter um “chefe” com nome de doença estranha, que tem escolhido mal as mulheres e nada percebe de vinho, como disse sabiamente a minha amiga Ana.
Conhecemos bem os holandeses. Há na nossa e na brasileira histórias de uma guerra que ficou conhecida por “Holandesa”. Durou 24 anos, de 1630 a 1654, até os holandeses serem corridos do Brasil. Foi uma espécie de desforra, pois os ruivos e gordos tinham “conquistado” a Portugal Malaca, em 1515.O que chateia é um pálido senhor político, pertencente ao partido social-democrata holandês, ministro das finanças, muito querido do ministro homólogo da Alemanha, vir ofender os países do sul.
Lamento que o político desbocado tenha o mesmo país de Vermeer e Rembrandt. É pena que o talento e a loucura de Van Gog não estejam nos seus genes. Vitorino Nemésio tem um livro intitulado “Andamento holandês”, e um verso “A Holanda é um impermeável”. Se os lerem, gostarão. A sua ironia e descontracção certamente neste caso de alagada e alegada asneira frutificariam. Que os holandeses não esqueçam que a sua pintura posterior aos primitivos teve influência da arte italiana, uns degenerados do sul, que criaram novas civilizações sem euros.