Opinião: Elogio de um autarca

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                                   Diogo Cabrita

O destino terrível de Soure mudou recentemente quando a terra perdida entre autoestradas encontrou uma porta de entrada para a população e uma porta de saída para os frangos da Lusiaves e os kiwi de Belmiro de Azevedo. Um concelho ficou emparedado durante décadas entra a A17 e a A1. Recentemente, para satisfazer poderes maiores ou por alívio da situação financeira, Soure abriu-se. Onde existiu uma indústria e muitos salários (Efanor) hoje trabalham duas pessoas para dezenas de hectares – novidades da produção moderna – chama-se produtividade. A Lusiaves é uma indústria de produção de frangos que são exportados para Angola e tem como grande acionista a conhecida Isabel dos Santos.
Em 2009 João Gouveia tentava já através de Paulo Campos construir um nó viário que libertasse o espartilho de Soure. Mas 2009 é o começo da grande crise que nos secou. Soure e outros lados eram uvas passas. Mas não há mal que sempre dure e há homens de sorte e coube a Mário Jorge Nunes ficar com o rosto nesta importante solução rodoviária que carrega horas de tranquilidade aos que antes percorriam a EN 342 e a IC2 para Coimbra. O autarca anterior, “o sogro da Federação” (como alguns lhe chamam) não fica com os louros e há quem lhe impute as culpas de atingir tardiamente este objectivo. O que importa é que Soure tem vindo a mudar e as dívidas do passado deixaram de afugentar empresas.
Para Mário Jorge Nunes, ou com ajuda de poderes maiores ou não, fica este tesouro do nó de estrada e o facto de ter pagamentos aos fornecedores da autarquia em dia. A diferença constrói-se deste modo, entre o estar no momento certo e a decisão de poupar muito para depois apresentar trabalho.
O problema de tudo isto está numa definição mal fundamentada de nós de autoestrada e por isso desde o início que se devia ter pensado no aeródromo e na linha de comboio quando se planificavam rodovias. Se assim fosse uma saída devia ter por destino um aeroporto maior que um dia faria falta. Mas fiquemos por uns parabéns a Soure.

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