Opinião: Dar o exemplo… ser exemplar

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Luís Santarino

O número e qualidade dos escândalos que atormentam Portugal são deveras preocupantes.

Parece-me no entanto que a sociedade portuguesa se encaminha para a normalização de relações entre todos os órgãos da sociedade, signifique lá isso o que tiver de significar.

O vírus da aldrabice atinge todos os sectores, é transversal, o que significa que somos confrontados diariamente com as mais variadas alterações à ordem estabelecida. Entenda-se “ordem estabelecida” como a lei e o Estado de Direito! Nada de confusões e associações que, neste tempo de incerteza, podem dar azo a arrogância desmedida.

Nesta realidade social, em que a conflitualidade de sobrepões ao diálogo, não me é agradável ver que há mais gente interessada e preocupada em fazer parte do problema e não da solução.

Há pessoas que só conseguem viver em conflito permanente. Consigo e com o outro. Talvez porque nunca conseguiram perceber-se, resolver as suas contradições. Pensar que podem minimizar as suas frustrações tentando afastar a poeira que os envolve, estão errados. Cada vez mais a poeira aumenta, mais os envolve e, chegados a uma qualquer fase da vida, coitados, não conseguem ver um palmo à frente dos olhos.

A nossa sociedade vai ter de mudar. Com a escandaleira que grassa, tem de existir um limite para tudo. A sociedade sabe-o, reconhece-o e a natureza acabará por no-lo demonstrar.

Se a agressão ao ambiente degenera em desgraças sociais enormes – só não sofrem os poderosos, ou melhor, alguns deles – também as agressões diárias aos cidadãos acabará por determinar “avalanches” de qualquer coisa que, confesso, não consigo determinar.

Ser mais pessoas e menos “bichos”, irracionais, é uma determinante na evolução das sociedades.

Todos nós temos certezas absolutas. Até que alguém demonstra que, hoje, como amanhã, como até daqui a mais uns anos ou décadas, as ideias não deixaram de ser só isso mesmo, e umas deram lugar a outras. Ter razão antes do tempo…

Por isso, o trabalho da sociedade como um todo é afastar quem está contra o desígnio dos cidadãos e das sociedades.

Portugal vai entrar em discussão eleitoral autárquica. Confesso que me parece que a grande maioria das pessoas continua a alhear-se da sua obrigação de decidir pelo voto. Ou pela fraca confiança nos que poderão vir a ser eleitos, pelas fracas propostas que lhes estão ou estarão para ser apresentadas ou mesmo, porque um bom dia de praia ou campo é bem mais agradável do que ir votar.

Chegar a casa à hora de jantar, ligar a televisão, perceber se ganhou o seu candidato ou o candidato do vizinho, e aturar tudo o que é politólogo a fazer as análises mais disparatadas, chega e sobra para um dia eleitoral! É como a noite de fim de ano; tudo anda feliz mas nada muda, nada se perde…mas tudo se transforma!

Há capítulos que se abrem e imediatamente se fecham. Outros que se voltam a abrir. No fim alguém fará a contabilidade. Uns se venceram, outros se perderam, e ainda outros, a quantidade de facas espetadas nas costas.

Espera-se é que a elevação impere, porque a sociedade tem de mudar e alguém deverá dar o exemplo…ser exemplar!

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