A quinta edição do Ciclo de Requiem Coimbra arranca no dia 25 de março e estende-se até 14 de abril, com cinco concertos, um dos quais que remete para a paz ao mesmo tempo que alerta para os conflitos que afligem o mundo.
Coimbra vai receber diferentes coros e orquestras que vão interpretar, além de três requiem, a missa “The Armed Man”, do contemporâneo Karl Jenkins, e a obra “Stabat Mater”, de Rossini, num evento organizado pelo Coro Sinfónico Inês de Castro.
Este ano, a organização decidiu alertar para os conflitos que existem e para a problemática dos refugiados, através da obra de Karl Jenkins, mais conhecida por “Missa da Paz”, que vai contar com a projeção de imagens de guerra, informou o diretor artístico do coro, Artur Pinho Maria, que falava aos jornalistas hoje à tarde, durante a apresentação do evento.
Este concerto, que se realiza a 08 de abril, no auditório do Conservatório de Música de Coimbra, “começa com uma alusão à guerra”, recriando os tambores e flautas de temas militares medievais, passando depois por momentos de “tranquilidade e de alusão à paz”, explanou o diretor artístico do coro.
A obra de Karl Jenkins será interpretada pelos coros da Universidade do Minho e do Conservatório de Música de Vigo, acompanhados pela Orquestra da Universidade do Minho e dirigidos pelo maestro turco Ertug Korkmaz.
O ciclo começa no dia 25, na antiga igreja do Convento São Francisco, com a interpretação de “Stabat Mater”, de Gioacchino Rossini.
Segue-se um concerto de canto gregoriano na Sé Velha, a 01 de abril, pelo coro Capela Gregoriana Psalterium, cuja receita dos bilhetes (o donativo é definido pelo espetador) revertem a favor da associação Ergue-te.
A 02 de abril, o Coro Sinfónico Inês de Castro, acompanhado pela Orquestra do Norte, interpreta no grande auditório do Convento São Francisco o Requiem em Ré menor, a última composição de Mozart, que já é presença habitual no evento, notou Artur Pinho Maria.
A terminar o ciclo, o Coro Sinfónico Inês de Castro sobe ao palco do Conservatório de Música de Coimbra para interpretar, juntamente com a Orquestra de Espinho, um Requiem de Johannes Brahms.
O evento tem um orçamento de 42.500 euros e contou com cerca de 1.200 espetadores na edição de 2016.
Segundo Artur Pinho Maria, o ciclo dá prejuízo ao coro, que insiste em organizar este tipo de eventos em Coimbra.
“É importante que se criem condições para que as pessoas não tenham de ir a Lisboa ou ao Porto para assistirem a concertos”, referiu, vincando que, sem o apoio da Câmara Municipal (de 8.000 euros), o ciclo seria inviável.