Opinião: Um e outro (3)

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Norberto Canha

Eu, com convicção plena, digo que sou ajudado pelo Criador. E assim aconteceu, pois fui a um enterro de uma pessoa amiga, ligeiramente mais velho do que eu. Isto passou-se a 24.01.2017, e hoje, 25.01.2017, leio, no Diário As Beiras, que a Ana Abrunhosa, como presidente da Comissão Coordenadora da CCDRC, desafiou empresários do interior a apresentarem projetos.

Não é um empresário do interior, mais propriamente, da Praia de Mira, onde tem uma empresa que dá emprego a 200 trabalhadores, e tem um projeto em construção em Cantanhede, cujo financiamento pode pôr em causa mais de 200 postos de trabalho naquela cidade. Ele não pensou em si, mas pensou nos vindouros. Pois, com a idade que tem, sem filhos, não está a trabalhar para o presente, mas está a ajudar a construir o futuro.

Ainda bem, penso, que não devem ser os empresários do interior, mas desafiar os senhores Presidentes da Câmara para que ouçam os empresários, ouçam a população, pois que a prioridade é a agricultura. Renasçam ou reviva-se complexos agroindustriais, como era o do Nordeste Transmontano, designado por o Canhão, que estabeleça com os produtores um contrato de escoamento da sua produção e cooperativas e até surjam cooperativas nas aldeias, pois que a agricultura é a primeira das prioridades do país e vem-me à memória, que tendo sido convidado para um mini Conselho de Ministros na Estalagem do Caçador em Macedo de Cavaleiros, interroguei-o: diretrizes para a agricultura, que já não pode pagar impostos?

Eu sabia-o bem, porque para além de ser Presidente de uma Assembleia Municipal era presidente de uma cooperativa que evitei que falisse, que dava dividendos até à PAC. A minha agricultura dava trabalho a cinco famílias, hoje, dá-me prejuízo. Foi nesse mini Conselho de Ministros que quem presidia disse: “Tenho um amigo que produz 25 000 contos de milho” Volto para ele e digo “Era no Vale do Tejo?” “Era.”

Digo: “Vale do Tejo há só um”. O Ministro das Finanças: “A Agricultura é uma atividade privada”. Eu: “A Agricultura é uma atividade estrutural, deve ser o Estado a definir as regras”.

Quem foi destacado pelo Governo e pelo Balancete de Março, era uma instituição saudável, e o que produzia era de alta qualidade. Garantiram-me que ia ser viabilizada, quem foi para lá disse que recebeu instruções para acabar com ele. Ainda é possível recuperá-lo, mas só parcialmente, porque parte terá ardido. Isto deve-se aos Presidentes da Câmara, da terra quente, especialmente, ao Presidente da Câmara de Mirandela Jaime Gama.

Quem presidia a esse mini Conselho de Ministros, anos mais tarde, confidenciou-me: “A agricultura é a mancha negra do meu governo”. Eu direi, mais concretamente, de todos os governos que surgiram a seguir ao 25 de Abril. Deles excluo os ministros da Agricultura António Barreto, Vaz Portugal e Soares Costa, de governos que fazia parte Mota Pinto.

A responsabilidade, não me canso de repetir, é dos Senhores Presidentes da Câmara, que não cuidam da agricultura, mas consideram-se realizados quando a Câmara na sua presidência, construiu mais um coreto ou uma piscina…

O que eu penso surgirá no meu livro EIVA, pronto, mas estou a arranjar verbas para o imprimir, porque pago tanto em impostos que nem dinheiro tenho para fazer as obras que deveria fazer em minha casa. Donde a minha designação: estamos num estado impostor e imposteiro, temos que reagir, apoiando a produção e nela o investimento, para que não haja tantos desesperados que por falta de emprego se suicidem.

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