Desde há algumas semanas, a primeira coisa que faço logo pela manhãzinha é ler o que durante a noite foi prometido para a Figueira. E sinto-me tão confiante!
Vamos ser a capital (mundial?) do destino turístico dos desportos de areia; vão proporcionar-nos (aos residentes) condições para a prática de diversas modalidades no extenso areal urbano; vamos ter um centro de alto rendimento, sendo o parque municipal de campismo a sua base (com bangalôs, piscina e ginásio); vamos ter muitas mais unidades hoteleiras, para receber estágios de seleções e de clubes, nacionais e estrangeiros; vamos ter um Anel das Artes, também na praia; a Piscina-Praia vai ser remodelada, coberta…
E quando, por brevíssimos momentos de lucidez, penso que, nos últimos sete anos, tivemos, no concelho da Figueira da Foz, um deserto de ideias e de ação relativamente a quase tudo o que é fundamental preparar tendo em conta os próximos 20/30 anos, imediatamente elevo os meus pensamentos mesquinhos e maldizentes, e confirmo que tudo isto não é um sonho – não! para cada uma destas ideias há cartazes grandes, desenhos coloridos, bonitos, impantes – ah, como estou confiante!…
Há quem na Figueira se sinta impante (em sentido literal “cheio de comida ou de bebida, inchado”, em sentido figurado “cheio de soberba, ufano”), esquecendo que o seu primeiro significado é “o que soluça convulsivamente”… Mal posso esperar pela promessa de amanhã!…