Opinião: Coimbra – por ideias, por um projeto com estratégia, por um futuro

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Norberto Pires

Das candidaturas às próximas eleições autárquicas, Coimbra deve exigir uma calendarização de objetivos e de resultados a atingir, que seja minimamente precisa para que possa ser avaliada. Tudo isto é para mim essencial, até pelo seu enorme potencial mobilizador. Eu acredito numa candidatura a Coimbra que saiba afirmar:
– Que tem capacidade e a liberdade para juntar todos aqueles que podem contribuir para o futuro do concelho: na cultura, na economia, no empreendedorismo, nas empresas, na relação entre a ciência/universidade/politécnico e a economia, na educação, no urbanismo, entre outras áreas relevantes para o futuro do concelho;
– Uma candidatura abrangente, capaz de se abrir a várias áreas políticas e ideológicas, e que saiba bem que há 5% de coisas que separam todas essas pessoas, mas que o importante são os restantes 95% de coisas que os unem, aliados ao imenso amor pelo concelho;
– Que só com essa abertura e capacidade de coordenação é possível chamar os melhores de cada área e mobilizar todos os outros para o caminho que todos teremos de percorrer. Mas também solicitar a colaboração comprometida daqueles que amam Coimbra mas estão fora do concelho, espalhados um pouco por todo o mundo. Precisamos de todos, do seu esforço e do seu compromisso;
– Que esse caminho é muito longo e exige um enorme esforço de hierarquização de prioridades, planeamento, execução, capacidade de influência e capacidade de mobilização de todos aqueles que amam Coimbra e que não se conformam com a sua degradação e progressiva irrelevância;
– Que a cidade precisa de uma dinâmica própria centrada nas suas (nossas) potencialidades, na efetiva coordenação entre instituições e com os olhos postos no mundo;
– Que a Baixa de Coimbra pode muito bem “competir” com as grandes superfícies quando perceber que é, pode ser, uma grande superfície ao ar livre e perceber que tem de conquistar o rio, associando ao comércio atividades de lazer, tempos livres, etc., numa lógica global em que as acessibilidades e o estacionamento são resolvidas. A estratégia para revitalizar a parte comercial e monumental da baixa tem de estar centrada no comercio tradicional, de proximidade, nos serviços, na oferta de restauração (tapas e gastronomia regional), entre outros, num espaço que se estende até ao rio e tem locais de atividade cultural (música, teatro, galerias, etc.), mas também junta atividades paras as famílias, tudo numa lógica vocacionada para criar uma nova centralidade;
– Que a liderança da câmara tem de ser feita em total liberdade, com total independência, pois muitas das decisões a tomar colocarão muitas vezes decerto à prova essa independência e liberdade;
– Com clareza os pilares estratégicos em que deve assentar o futuro da cidade, como líder de uma região e como polo agregador de uma atitude de cooperação intermunicipal que reforce o papel da região de Coimbra e da região centro ao nível nacional;
– Que esses pilares se baseiam na cultura e no concomitante conhecimento, como fatores essenciais de atração de investimento, de atividade cultural e empresarial e de pessoas, incluindo jovens;
– Que esses pilares se baseiam numa estratégia económica e industrial que apoie o empreendedorismo local, mas seja igualmente capaz de atrair investimento produtivo e potenciador de emprego, tirando partido das excelentes mais-valias de que a cidade dispõe. Uma estratégia que tire partido do iParque e dos outros locais de localização empresarial e capaz de atrair empresas de elevado potencial para o meio urbano;
– Que esses pilares se baseiam numa cidade organizada, preparada, arrumada, onde as opções urbanísticas são fator essencial de distinção para abraçar o novo milénio, recebendo e instalando pessoas e empresas, empenhadas em dinamizar a atividade económica e cultural do concelho, fatores essenciais ao futuro da cidade e da região;
– Que esses pilares se baseiam num sistema de educação pública bem cuidado e bem organizado, porque isso é essencial para o apoio à família e um sinal muito claro de preparação e interesse, ainda por cima numa cidade que tem vindo a reivindicar o estatuto de cidade do conhecimento;
– Que esses pilares se baseiam em áreas estratégicas que necessitam de ser alavancadas, coordenadas e articuladas de forma mais eficaz e produtiva, como, entre outras, a saúde e a universidade, mas também a atividade empreendedora e de formação de negócios;
– Que temos problemas de acessibilidades no perímetro urbano, no âmbito das interregiões e de ligação ao mundo que é necessário resolver com urgência: estação de comboio da cidade, metro de superfície da linha da Lousã, ligações aeroportuárias, etc.;
– Que muito do apoio-social em Coimbra, assim como um pouco por esse país fora, é feito por intermédio de IPSS que a câmara deve reconhecer e envolver numa política integrada e racional de apoio-social.
– Que todos são chamados a colaborar e que Coimbra se recusa terminantemente a ser uma mera bandeira de jogos partidários da noite eleitoral.
Acredito numa candidatura a Coimbra que seja suficientemente independente e livre para afirmar tudo isto, com um discurso mobilizador, desprovido de arrogância e aberto à colaboração produtiva de todos. Acredito numa candidatura a Coimbra que seja capaz de apresentar uma equipa de mudança para 12 anos. O que está em causa, o que é decisivo é a cidadania, o foco em projetos realistas e aglutinadores, e o envolvimento pessoal e firme de cada uma de nós no futuro da comunidade.

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