Opinião: Realidades

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António Menano

A realidade pode sempre imaginar-se. O nosso espírito é mestre em fazer composições, em particularizar para concretizar, adjetivando, para deduzir.

Braque, um pintor cubista companheiro de Picasso, dizia: “Amo a regra que corrige a emoção”. E Juan Griss, artista elogiado por Apollinaire e Gertrude Stein, retorquia: “Amo a emoção que corrige a regra”. Em que ficamos? Na emoção, na regra?

Muitos se emocionaram, com as mortes de Fidel de Castro, Leonard Cohen, David Bowie. Lamentaram o encerramento da Cornucópia, alegraram-se com a doação à Biblioteca Nacional do espólio de José Saramago.

Mas o ordenado mínimo não atingiu os 600 euros/mês, a dívida do país continua a aumentar, os juros pagos por todos nós ultrapassam o Produto Interno Bruto, o governo diz que, até haver eleições na Alemanha, não se fala em renegociar a famigerada dívida.

Não há espírito que possa reformular estas questões, melhor, que as esqueça, que as consiga colorir de rosa. Embora, e felizmente, estejamos muito menos no purgatório dos cortes, no “stress” permanente, e tenha crescido o número de optimistas.

Na Figueira ouvimos os The Gift, Dillaz e Dengaz, mas cerca de 100 crianças e adolescentes receberam prendas de Natal.

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