Opinião -Que Purgatório?

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T.S. Elliot, um poeta reacionário, mas genial, escreveu sobre os “níveis de significação”, numa peça de Shakespeare: “Para os espectadores mais simples existe os enredos; para os mais reflexivos, os personagens e os conflitos dos personagens; para os literatos, as palavras e a expressão; para os musicalmente dotados, o ritmo; e para os que têm mais sensibilidade, um significado que se rende gradualmente”.

Assim será. Mas a realidade é uma, embora seja entendida e apreciada diversamente por quem a vive, analisa e sente. E não será preciso sermos um Sherlock Holmes, nem uma Agatha Cristie para decifrarmos a vida que nos cerca. Para os protestantes, e agora estamos no campo da religião, não existe purgatório, para os católicos, para muitos, apesar da revisão sobre a questão elaborada pala igreja, continua a existir.
Segundo um livrinho editado em 1936 intitulado “Purgatório”, que, segundo o desejo do cardeal-patriarca seu contemporâneo, deverá ser “lido por todos os católicos e que os mais ativos façam todo o possível para o pôr nas mãos dos outros”. Este opúsculo comprado por mim junto às muralhas de Buarcos, numa feira e velharias, fez-me recordar a relatividade das coisas. Estou contente de que tenha aparecido a coexistência – entendimento entre o governo e o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa. E, para já, o purgatório está arrefecido.

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