Preocupo-me por Coimbra não ter um clube na primeira divisão: momento em que futebol é o desporto rei e entra em todos os locais, não só através da Imprensa, como da televisão….
Como será possível colocar Coimbra no mapa se até este facto não podemos utilizar como argumento. Da mesma forma não é de aceitar que em Coimbra não haja um posto de televisão como no Porto, e os políticos locais nada façam para que isto venha a acontecer. Queremos falar com um deputado, cumprimenta-nos apressado e raspa-se a correr… e, com o presidente da câmara não é possível que isso venha a acontecer pois sorri e desaparece…
Os partidos políticos locais não discutem – como antes acontecia – os problemas locais e nacionais. A força do poder residia em Coimbra e até o fim da democracia do terror deve-se em grande parte, a Coimbra…
Coimbra está em agonia. Temos, todos, sem exceção de trabalhar e lutar para que a decadência da cidade termine. Vamos começar pelo futebol. Quando fazia para da direção da Associação Cristã da Mocidade (A.C.M.C.), nas comemorações dos 85 anos desta instituição, fizemos um concurso literário e de pintura. Atribuiu-se um prémio de 150 contos para cada um deles.
Concorreram vários ao concurso de pintura e artes. A votação foi por voto secreto dos visitantes. Para a literatura, presidia o professor doutor Aníbal Pinto de Castro, neste foram poucos a concorrer. Um facto é certo, editaram-se três volumes com as designações: 1: conto e poesia; problemas sociais em que surgiu um trabalho com o título “Quantificar e Questionar a Justiça”; terceiro volume: “Memórias do nosso tempo”.
Foram publicados, veio nova direção, tudo o mais que se deixou apareceu nas montras da casa. Os livros publicados desapareceram e oxalá não os tenham queimado…
É com esta mediocridade que há que terminar para que Coimbra venha a ter futuro e Haja Futuro!.
Em relação ao futebol como fazer?
Nesse mesmo ano, para reabilitar o desporto e Coimbra apresentou-se um projeto que mereceu a simpatia e a aprovação do dr. António de Almeida Santos – que foi estudante de Coimbra na A.C.M., pessoa que nos distinguia com a sua simpatia e amizade e em que constava:
– Convento de Santa Clara – RAL2 – para a criação de uma escola de despertar os talentos – jovens desportistas, que além do desporto desejassem tirar uma outra profissão como médico, engenheiro…
– O Colégio da Graça – 2.º Grupo Companhia de Saúde, na rua da Sofia -.para desportistas em fins de carreira. Estes se gastam os últimos patacos ganhos e não tem uma profissão – além de treinadores – que lhe permita ganhar a vida, caem na dependência total de tudo e todos. Passa a ser um coitadinho, e todos tem pena deles, mas não há ninguém que resolva ou os ajude a sair do poço em quer caíram.
Despertar talentos, professores jubilados ou aposentados que tenham sido estudantes e em que o ensino foi sempre a sua profissão e amor.
– Participação de futebolistas e outros desportos de cujo vencimento, uma pequena parte, livre de impostos possa ser dirigido a esse objetivo.
– O mesmo sistema adaptado aos desportistas em fim de carreira em que todos poderiam vir a beneficiar.
Estas duas referências são cada vez mais atuais e necessárias de solução.
Quanto ao comportamento de Coimbra, todos podem ter outro clube, como Sporting…Porto ou Benfica, etc, eu também joguei pelas reservas do Sporting em Sá da Bandeira (Angola).
Mas vim para Coimbra estudar e passei a ser sócio da Associação Académica de que fui presidente do Conselho Fiscal e cumulativamente presidente da Assembleia Geral. O futebol nessa altura era uma secção da Associação Académica. Hoje, por problemas políticos é um organismo autónomo de futebol.
A Académica é e deve ser a fusão entre a cidade e universidade. Donde todas as famílias estejam onde estiverem devem ser sócias de Coimbra, isto é, também da Associação Académica: deixemo-nos doutros devaneios. Deixem-nos como recordação do passado.
Faça-se isto! É este o meu pensar!…
One Comment